Há 19 anos Marcelo Rezende estreava o Linha Direta na Globo, programa que revolucionou a TV e deixou bandidos desesperados
27/05/2018 às 13h33
Muito antes do “põe exclusivo na tela, que dá trabalho pra fazer” e de tantos outros bordões, o saudoso Marcelo Rezende, um pouco menos divertido é verdade, mas sempre competente, era a atração de todas as quintas na TV Globo. O Linha Direta foi ar pela primeira vez no dia 27 de Maio de 1999.
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O programa na verdade já teve uma primeira versão em 1990 com apresentação de Hélio Costa, mas na época só retratava crimes famosos. Já na versão comandada pelo Marcelo Rezende, diversos crimes eram reconstituídos, inclusive aqueles que tinham mais de uma versão. Pelo menos 431 foragidos da justiça, foram localizados com a ajuda do programa. O Linha Direta tinha uma central telefônica disponível 24 horas por dia e, a partir de 2000, disponibilizou uma página na Internet para receber denúncias de telespectadores, sempre com garantia de sigilo total.
Atores faziam as simulações, que eram apresentadas como uma novela, no caso da vida real. Normalmente havia a apresentação de dois casos, mas em algumas edições o programa chegou a apresentar três. Era comum ainda no final do programa, ser apresentado o relato de algum foragido que foi preso graças à ajuda do programa. Além disso a atração sempre exibia no encerramento a foto de algum procurado pela polícia.
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O sucesso do Linha Direta era tão grande, que alguns foragidos se entregaram à justiça ao saberem que os seus casos estavam sendo produzidos pelo programa. O objetivo era impedir o programa de ir ao ar, porque eles já estariam presos. Também era uma forma de evitar que os crimes se tornassem conhecidos em todo o Brasil.
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Uma vez por mês o Linha Direta apresentava uma edição especial, chamada Justiça. Nestas edições eram apresentados crimes famosos que abalaram o Brasil. As simulações tinha um ar de superprodução. Ao contrário do programa de origem, não havia participação direta dos telespectadores pelo telefone. Os casos mostrados no Linha Direta Justiça ganharam repercussão na mídia na época em que ocorreram e já tinham sido levados a julgamento. Foi apresentado também o Linha Direta Mistério, que teve três edições, numa delas foi retratado o incêndio do Edifício Joelma em São Paulo. A tragédia aconteceu em 1 de fevereiro de 1974, e causou a morte de 191 pessoas.
Marcelo Rezende ficou a frente da atração até 2001, quando deixou a emissora rumo a RedeTV. Para substituí-lo foi acionado Domingos Meirelles. Que comandou o programa até dezembro de 2007. Em 2007, a Editora Globo lançou um livro de 320 páginas intitulado “Crimes Que Abalaram o Brasil”. A obra foi escrita pela equipe de reportagem do programa Linha Direta Justiça. O livro reconstitui casos como Crime da Mala, o sequestro do menino Carlinhos, as atrocidades de Chico Picadinho e da Fera da Penha.
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Como repórter tive a oportunidade de trabalhar com estes dois grandes jornalistas, foi na Record TV, no Repórter Record. Era comum relembrar com eles histórias e crimes da época. Tanto Marcelo Rezende, como Domingo Meirelles eram sempre disponíveis para nós, os mais jovens da redação. Tanto um, quanto o outro, eram extremamente profissionais, escreviam boa parte dos textos e se envolviam a cada nova reportagem que surgia.
Foi num 27 de maio também que a Globo TV exibiu a última edição do programa Sociedade Anônima, apresentado pelo Cazé Peçanha. O ano era 2001, o programa esta na lista dos produtos mais fracassados da emissora. Anunciado como um novidade, moderno (e era) não emplacou na audiência e ficou pouco mais de um mês no ar. Em todas as edições o programa perdeu para o SBT, uma vez para exibição do Oscar, e a mais impressionante, perdeu de 22 pontos no ibope por 12 para o Topa Tudo Por Dinheiro do Sílvio Santos.
O programa era exibido aos domingos, depois do Fantástico, entrevistava semanalmente personagens comuns e anônimos, como um lixeiro, um vendedor ambulante. Foi uma das primeiras atrações da televisão brasileira a interagir com a Internet. Através de painéis formados por diversos monitores de TV instalados no cenário do programa, Cazé conversava com os internautas, que podiam participar ainda dos quadros e avaliar os calouros.
Com o final da atração, Cazé Peçanha, que vinha da MTV, deixou a Tv Globo. E ao longo dos anos fez grandes trabalhos, que tiraram dele qualquer responsabilidade pelo fracasso do Sociedade Anônima.
Semana que vem tem mais Fez História aqui no TV Foco.
Por Alex Sampaio / Siga nas redes sociais clicando aqui.
Autor(a):
Aaron Tura
Eu sou Aaron Tura, publicitário e jornalista, formato na universidade nas Faculdades Integradas Rio Branco. Atuo no mercado de TV desde 2010 sendo um grande admirador da área de atuação de TV e Famosos, com experiência em portal de notícias e na TV. Posso ser encontrado por em minha rede social @aarontura no Instagram