Homossexual, Leonardo Vieira recebe apoio de Walcyr Carrasco
25/01/2017 às 16h49
O público descobriu que o ator Leonardo Vieira é homossexual após ele ter sido fotografado em uma festa beijando outro homem. Em seguida, ele publicou uma carta aberta ao público assumindo a sua condição e reagindo contra a homofobia. Diante disso, Vieira recebeu o apoio do autor de novelas da Globo, Walcyr Carrasco.
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Em sua coluna na revista Época, ele também falou sobre a homofobia sofrida pelos artistas, que são obrigados a esconderem quem realmente são, e mostrou seu apoio ao ator, que chegou a recusar um convite recente da Record para atuar em sua nova novela. “A reação a Leonardo Vieira foi preconceituosa e radical”, disse Walcyr.
“Já observei isso: certa vez uma amiga de mais de 60 anos comentou que se determinado galã da TV fosse gay, seria uma grande decepção. Perguntei: O que vale não é o trabalho dele? Ou você tem esperança de algum dia encontrá-lo e vocês se apaixonarem? Ela pediu desculpas. A homofobia está em alta”, continuou ele.
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“Uma gerente de supermercado em Cravinhos, interior de São Paulo, matou a facadas seu filho de 17 anos, Itaberli Lozano Rosa. O padrasto ajudou a queimar o corpo num canavial. Motivo aparente: o garoto era gay. A mãe confessou. Agora mudou. Alega que o filho era usuário de drogas e a ameaçou”, relata.
“Tios e a avó garantem que não usava. A existência de mães que odeiam filhos devido a sua orientação sexual não é nova para mim. Em Brasília, acompanhei o caso de um rapaz, professor, de família humilde. Quando descobriu a aids, já estava em um processo irreversível. No hospital, a mãe evangélica exigia que ele deixasse de ser homossexual. Ele morreu se culpando. A mãe disse: Melhor que tenha morrido que ser gay. Agora está com o Senhor. É da pensão deixada por ele que a mãe vive hoje”, afirma o novelista.
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“Como autor de televisão, fui o primeiro a colocar um beijo gay na novela das 21 horas, Amor à vida, pela Globo. Minha antena diz que o clima está menos favorável a esses avanços. Prova disso são os ataques homofóbicos que Leonardo Vieira sofreu após as fotos. Mas um ator não é um ator? Fico com as palavras que ele colocou em seu manifesto, um exemplo lúcido”, continua ele.
“Personagem é personagem. Ator é ator. Cada um, em qualquer posição, tem direito a uma vida sexual e amorosa como deseja, porque isso só diz respeito a si mesmo. Cada ser humano tem direito à liberdade e a escolher sua vida. Tudo mais é preconceito”, finaliza.
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