Crise financeira em Fortaleza: Banco nº 1 enfrentou rombo de R$280 milhões e falência após intervenção do Banco Central
E um dos bancos mais tradicionais da região de Fortaleza, CE, acabou dando seu último adeus após se afundar em um rombo milionário e ter sua falência decretada após sofrer com uma intervenção do Banco Central.
Trata-se do Grupo Oboé, um dos mais tradicionais do setor financeiro, fundado ainda em 1997.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O conglomerado oferecia serviços de crédito, financiamento e investimento, sendo composto por empresas como a:
- Oboé Crédito, Financiamento e Investimento S.A. ;
- Oboé Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.;
- Oboé Tecnologia e Serviços Financeiros S.A.
Sendo assim, a partir de informações do portal EXAME e do portal Wiki, a equipe do TV Foco, especializada em economia, traz todo o desenrolar da crise até a fatídica falência decretada, cuja história ainda choca milhares de cearenses.

Intervenção do Banco Central
Em setembro de 2011, o Banco Central interveio no Grupo Oboé, alegando “comprometimento patrimonial” e “graves violações” das normas regulatórias.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
R$ 71M e falência: Empresa alimentícia, nº1 do Brasil, encerra atividades com adeus ao Atacadão, Assaí e+
R$30M em dívidas e adeus após 100 anos: Loja n°1 de Curitiba, PR, fecha as portas e devasta clientes em abril
Dívida de R$20M e desastre total: A triste falência de fábrica alimentícia n°1 de Porto Alegre, RS
A intervenção surpreendeu os clientes, pois desativou os caixas eletrônicos sem aviso prévio.
Uma professora tentou sacar seu salário e relatou ao Diário do Nordeste: “Agora, sem receber meu dinheiro, fica complicado para quitar minhas contas.”
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Um carteiro, que também não conseguiu sacar, disse que já era o terceiro caixa que procurava sem sucesso.
Liquidação extrajudicial e investigações:
Em fevereiro de 2012, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial das empresas do grupo, com a nomeação de um liquidante para gerir o processo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O relatório do interventor apontou que a instituição estava insolvente e identificou “prática de violação das normas legais disciplinadoras da atividade da empresa, atestando a existência de passivo a descoberto e a inviabilidade de normalização dos negócios”.
As investigações revelaram fraudes e um rombo no valor de R$ 280 milhões.
De acordo com os dados da Justiça, o grupo realizava “movimentações financeiras fraudulentas entre as sociedades interligadas, objetivando desviar bens das sociedades em estado de insolvência”.
Contestação da administração afastada:
Porém, a direção do Grupo Oboé negou as irregularidades.
Em nota, o controlador Newton Freitas afirmou que as acusações eram “todas órfãs de suporte fático e jurídico”.
Além disso, ele alegou que, após fiscalização do Banco Central baseada nas demonstrações financeiras de 2010, não havia sido apontada nenhuma irregularidade formalmente:
“Com 12 anos de funcionamento, a Oboé nunca respondeu por processo administrativo ou sofreu penalidade por parte do BC.”
Freitas afirmou que a intervenção foi decretada sem permitir defesa e que a empresa chegou a solicitar a revogação da medida.
Quando o Grupo Oboé teve sua falência decretada na Justiça?
Mas, apesar das contestações, em 21 de maio de 2015, a Justiça do Ceará decretou a falência do Grupo Oboé e estendeu os efeitos ao controlador Newton Freitas.
Investigações identificaram um esquema de desvio de recursos e fraudes financeiras.
- A Polícia Federal deflagrou a Operação Embuste, que resultou na apreensão de diversos bens, incluindo obras de arte.
- Clientes com créditos de até R$ 70 mil foram atendidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Conclusão:
Em suma, o Grupo Oboé, que chegou a ser referência no mercado financeiro:
- Sofreu intervenção em 2011;
- Teve liquidação extrajudicial decretada em 2012;
- Após investigações de fraudes, sua falência foi confirmada pela Justiça em 2015.
Por fim, o caso evidenciou irregularidades graves, culminando na apreensão de bens e na assistência do FGC aos clientes lesados.
Mas, para saber mais sobre outros bancos e histórias como essa, clique aqui*.