Falência: Considerado um dos bancos privados mais tradicionais da história, instituição enfrentou dura crise e intervenção do Banco Central; 900 mil clientes foram afetados
A história do cenário bancário brasileiro já passou por momentos de profunda transformação, mas poucas histórias são tão marcantes quanto a falência de uma das instituições mais tradicionais do país.
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Sendo um dos pilares do sistema financeiro do Brasil, o banco acabou se tornando vítima de uma das mais duras intervenções do Banco Central, segundo informações do portal Wikipédia.
O desfecho foi trágico: centenas de agências fechadas e milhares afetados. Mas o que levou uma instituição tão tradicional ao fim? Nessa matéria, vamos detalhar os bastidores do colapso do Banco Econômico.
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Fundado em 1834, o Econômico chegou a ser o banco privado mais antigo do Brasil, que hoje abre espaço para instituições como o Itaú, Bradesco, Caixa, Santander, dentre outros.
Sua sede, em Salvador, representava não apenas um símbolo de prosperidade para seus clientes, mas também um marco de perseverança. Infelizmente, no início de 1995, a trajetória desse gigante começou a ruir, após uma uma série de fatores que desestabilizaram o setor financeiro nacional na década de 90.
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O Plano Real, implementado em 1994, trouxe a tão esperada estabilidade econômica, mas também revelou fragilidades nas finanças de muitas instituições, inclusive a do Econômico.
Até então, o banco havia superado diversas crises, carregando consigo o lema “Economia, Perseverança e Socorro nas Dificuldades”, um reflexo da sua filosofia desde os primeiros dias como Caixa Econômica da Bahia.
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Tentativas de resgate e a intervenção do Banco Central
Em 1995, a intervenção do Banco Central ocorreu em meio a uma situação delicada: O banco, que já enfrentava problemas financeiros, teve sua situação agravada.
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Acontece que, segundo o Wikipédia, foram descobertas de maquiagem nos balanços contábeis, além do desvio de recursos para outras empresas dos seus controladores.
Mesmo com a ajuda governamental através do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer), o Econômico não conseguiu se recuperar.
Várias tentativas de salvar o banco foram feitas. Um grupo de grandes empresas baianas, incluindo a Ultra e a Odebrecht, tentou formar uma aliança para resgatar a instituição, mas sem sucesso.
O governo da Bahia, liderado pelo governador Paulo Souto e com apoio do senador Antonio Carlos Magalhães, também buscou soluções, até cogitando a intervenção do Banco do Estado da Bahia.
Entretanto, essas iniciativas não foram suficientes para evitar a falência, e em agosto de 1995, o banco foi oficialmente fechado.
As consequências foram devastadoras: Mais de 276 agências foram fechadas e mais de 9 mil funcionários ficaram sem emprego, além de cerca 900 mil clientes prejudicados.
A venda e os desdobramentos
Com o colapso inevitável, parte do banco foi incorporada pelo Banco Excel, que passou a ser conhecido como Banco Excel-Econômico.
Nos anos seguintes, o banco foi vendido para o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), e em 2003, suas operações foram absorvidas pelo Bradesco.
O ex-controlador do Econômico, Ângelo Calmon de Sá, foi processado por gestão fraudulenta, encerrando de forma amarga a trajetória de uma das instituições mais tradicionais do país.
Legado
Embora o Banco Econômico tenha sido liquidado, seu legado ainda permanece vivo. Hoje, sua sede histórica foi transformada no Memorial do Banco Econômico, onde o Museu Eugênio Teixeira Leal, a Biblioteca Innocêncio Calmon e o Arquivo Histórico ainda estão abertos ao público.
Em 2021, o banco voltou ao noticiário com o leilão de créditos conduzido pelo BNDES e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que culminou na aquisição dos ativos pelo BTG Pactual.
O processo foi finalmente concluído em 2022, com o banco renomeado para Banco BESA, encerrando assim um capítulo importante da história financeira do Brasil.
Apesar da sua falência trágica, seu papel na construção do sistema financeiro brasileiro permanece, assim como o respeito que muitos ainda têm pela sua história de mais de 160 anos.
Qual é a maior instituição financeira do mundo?
De acordo com informações do portal Mobills, o ICBC (Banco Industrial e Comercial da China) é atualmente o maior banco do mundo em termos de ativos financeiros.
Embora existam bancos com mais clientes ao redor do globo, o ICBC se destaca entre os concorrentes pelo volume de seus ativos.
O ICBC conta com mais de 567 milhões de clientes pessoa física e mais de 6 milhões de clientes corporativos. Além disso, está presente em mais de 46 países e possui um patrimônio de 239,5 bilhões de dólares.