NOVELA É CLICHÊ!!! CONFORMEM-SE
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A novela das nove é uma das tradições da cultura brasileira. Isso é fato.
Trata-se do produto mais vendido da TV, do mais assistido, e mais reconhecido mundo a fora.
Algumas pessoas privilegiadas puderam acompanhar grandes clássicos escritos por Dias Gomes e Janete Clair. Puderam assistir fenômenos como Tieta, Vale Tudo, O Salvador da Pátria e a lendária Roque Santeiro, responsável pelo maior pico de audiência da história, atingindo 100 pontos no último capítulo.
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Mas o tempo passou… Hoje, nos tempos da internet, as novelas perderam seu valor. Se há algum tempo atrás a Globo cravava 60, 70 ou 80 pontos, hoje, dificilmente passa dos 40. Mas, ao contrário do que muita gente diz, a internet não é a única responsável pelo fracasso dos folhetins.
Acontece que, de uns tempos para cá, as novelas deixaram de ser novelas. Alguns autores se perderam pelo caminho, e começaram a fazer histórias chatas e sem graça, projetos de novela, que sempre eram salvas pelo Quem Matou? Isso causou um “efeito dominó” no horário nobre, desde os 50 pontos marcados por Senhora do Destino, até os míseros 35 pontos de Passione.
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Em 2011, Aguinaldo Silva reergueu a audiência do horário com Fina Estampa. Há quem diga que a história de Tereza Cristina e Griselda era cheia de clichês e tinha uma pegada mexicana, e eu respondo: Foi por isso que fez sucesso! Toda novela que se preze, deve ter uma vilã rica e uma mocinha sofredora que dá a volta por cima. É claro que esse “clichê” precisa ser feito com qualidade, com emoção, reviravoltas, sofrimento e suspense. Essa foi Fina Estampa. Essa foi a maior audiência dos últimos 4 anos. Foram 39,1 na média geral.
Avenida Brasil segue o mesmo caminho. A menininha é jogada no lixão pela madrasta e volta anos depois para se vingar. Isso é história de novela, é disso que o brasileiro gosta.
A atual trama das nove tem uma pegada mexicana com qualidade brasileira, ou melhor, com qualidade global. Apesar de ainda não ter superado Fina Estampa, já que Avenida Brasil fechou até aqui com exatos 38,1 de média, a história de Nina e Carminha já é vista por alguns como uma das melhores de todos os tempos.
A mocinha sofredora, os bordões dos vilãos, uma vilã rica com ares de psicopata, o amor a primeira vista, a empregada que vira patroa e a patroa que vira empregada(principalmente se for mocinha e vilã) e o tradicionalíssimo Quem matou? , isso é novela, não adianta querer inventar muito.
NOVELA tem que ser NOVELA, qualquer coisa que saia desse padrão, é fracasso na certa.
Na minha humilde opinião, um autor deve escrever aquilo que o povo quer ver, não aquilo que ele quer que o povo veja. Esse é o segredo para o sucesso, não só nas novelas, mas na televisão. E tem gente que parece não ter aprendido isso.
@netoamorim45