Ex-Fazenda, Jonathan Haagensen está de volta à Globo e vive um personagem na série Carcereiros. Um bandido preso por roubo a banco que tem talento para o boxe.
Seu personagem, Baiano, chama atenção do carcereiro Adriano (Rodrigo Lombardi), que acredita na recuperação de presos, e decide ajudá-lo a concorrer, de dentro do presídio, a uma vaga na equipe pan-americana de boxe.
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“O meu episódio fala de reabilitação enquanto o sistema, na verdade, não deixa [o preso] se reabilitar. Você tem uma sociedade que quer mais encarcerar do que dar chance”, contou o ator ao UOL sobre o episódio exibido nesta quinta.
“Sem tirar responsabilidade dos atos do Baiano, ele é uma vítima da sociedade. Por que não conseguiu desenvolver esse talento fora do sistema? Porque a maioria já foi vítima antes de estar ali dentro. É um processo da reorganização da escravidão, reflexo das penitenciárias”.
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E reclamou da pouca visibilidade que o pobre tem atualmente no Brasil: “Posso dizer que o Estado, a sociedade, não te dá o acesso, ela transforma o pobre em mais pobre. Ninguém tem acesso a educação. Eu venho de um projeto, o Nós do Morro, que fez tudo que o governo fez, e olha onde as pessoas que participaram do projeto estão. É uma questão de oportunidade mesmo”.
E afirmou que se preparou para o personagem em uma academia no próprio Morro do Vidigal, no Rio: “Comecei a treinar para o Baiano em uma escola de boxe que revela garotos aqui no Vidigal. Nas últimas Olimpíadas, tivemos dois alunos aqui do morro, formados por essa escola. E o que o Estado fez? Nada”.
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E ele ainda opinou sobre a pouca quantidade de atores negros em Segundo Sol: “Temos que ter um olhar equilibrado sobre uma sociedade com 72% da população descendente de africanos e a Bahia tem 80% da população. É uma conta fácil. Quem comanda essa ordem é bem inteligente, não foi nada displicente, são coisas pensadas”.
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E finalizou, com palavras duras: “Lutar pelos seus diretos é muita frustração. A luta ela já existe há muitos anos. Imagina quanto tempo demorou para fazerem um filme em que a maioria do elenco fosse negro. Tem uma perversidade da supremacia, do patriarcado. A gente vive em um país assassino que mata, por racismo, machismo, preconceito. Aí sobra só para quem não tem condições de pagar um bom advogado”.