Leandro morreu em 1998 e deixou muitas saudades. Porém, recentemente ele voltou em uma carta psicografada emocionante com detalhes sobre sua morte.
A página Cartas Psicografadas de Artistas foi quem divulgou a suposta publicação. Confira abaixo o texto de Leandro.
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A carta
“Em 19 de Abril, eu [ Leandro ] estava pescando em minha fazenda no Estado de Tocantins, e em um determinado momento em que me exercitei bruscamente, passei sentir dores fortes no tórax que me chamaram atenção. Resolvi, aconselhado por médicos amigos, fazer uma avaliação na saúde na capital de São Paulo, no Hospital São Luiz.
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Após uma bateria de exames e radiografias, a equipe médica daquela casa, detectou em meu tórax na região do mediastino, um tumor cancerígeno, porem ainda não sabíamos sua origem e gravidade. Novamente, após consultar familiares e amigos mais íntimos, decidi que eu [ Leandro ] iria para os Estados Unidos na cidade de Baltimore no conceituado Hospital da Universidade Johns Hopkins, para exames naquele que é um centro especializado em examinar enfermidades desta natureza.
Eu [ Leandro ] deixava no Brasil, entre familiares e admiradores, milhões de pessoas que me amavam, torcendo pela minha recuperação imediata, porem, uma delas de maneira especial me comovia, pois tínhamos um amor recíproco desesperador, esta pessoa era minha alma gêmea, meu irmão Leonardo, que alem da ligação sanguínea, era meu parceiro na vida profissional a mais de 15 anos subindo nos palcos do Brasil levando a todos os rincões nossa música romântica que embalava casais e fãs apaixonados.
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Ele chorava e me beijava com o coração na mão, pedindo em suas orações que DEUS retirasse de mim aquele mal que tentava interromper nossa carreira brilhante. Porem era necessário minha ida em busca de cura e, pedi a ele que continuasse empunhando a bandeira da dupla e nos representasse em todos os compromissos que havíamos assumido junto aos nossos promoters e público do Brasil. Ele assumiu que faria todos os shows, embora eu estivesse ausente naquele primeiro momento. Enfim assim se seguiu, Leonardo pelos palcos e eu [ Leandro ] cuidando de minha saúde para de novo, levarmos juntos alegria aos admiradores que adoravam a gente.
Após a bateria de exames, era real, se constatava dentro do meu corpo um câncer raro, cientificamente chamado de Tumor de Askins, espécie que cresce com rapidez descomunal, causa ainda desconhecida pelos cientistas do Universo. Então, resolvi retornar ao Brasil e aqui, perto de meus familiares e fãs, iniciar sessões de tratamento quimioterápico na busca de eliminar o problema que até então, embora grave, parecia contornável. A expectativa de tratamento se estenderia por três meses e eu [ Leandro ] tinha certeza, que minha fé aliada à dos meus familiares e fãs, ajudariam na cura, pois, sempre acreditei na providência divina.
A primeira etapa do tratamento transcorreu normalmente e a equipe de Médicos do Hospital São Luiz, onde fui maravilhosamente tratado, liderada pela Dra. Maria Lídia de Andréa e o Dr. Cláudio Petrilli, confirmavam uma redução de 30% no tamanho da enfermidade que tentava me derrubar. Na saída do Hospital fiquei feliz, cantei para os fãs e fui para casa aguardar o momento de retornar ao cronograma de tratamento, enquanto isso, meu querido irmão Leonardo, cruzava os céus do Brasil cumprindo a série de shows que ora havíamos assumido.
Em nenhum momento, por mais que me esforçasse, eu [ Leandro ] me sentia bem fisicamente. Recebia quantidades infinitas de solidariedade. Amigos queridos me visitavam em meu apartamento trazendo ânimo, esperança e carinho. Eu brincava com eles, fazia piadinhas do meu estado de saúde porem, alguma coisa me dizia e eu sentia no fundo da alma que outra viagem eu estaria prestes a fazer. Quando dormia, eu me via voando entre nuvens brancas com a leveza de uma pluma e, durante meu vôo, eu não posava em lugar algum e a viagem só era interrompida pelas agulhadas fortes dentro do meu corpo que já estava debilitado e corroído por aquela enfermidade irreversível, então eu acordava.
Naquela tarde, 15 de Junho, após assistir uma partida de futebol entre Alemanha e Estados Unidos pela copa do mundo, minha visão começava diminuir e um mal-estar súbito me dominava que em meus 36 anos de vida, jamais havia sentido e, de novo eu voltei a voar entre as nuvens, desta vez alguém me dizia que logo chegaríamos ao destino e que a viagem, por mais ninguém seria interrompida.
Eu [ Leandro ] via muita gente amiga correndo para lá e para cá, telefonando para um e para outro. Meus familiares choravam desesperados na busca de ajuda na equipe médica, para me colocar de novo no caminho da vida material, porem, eu via e sentia que por mais eficazes que fossem, não conseguiriam fazer com que eu retornasse, mesmo porque meus pés lentamente se ausentavam do chão e, eles não alcançavam mais meus braços para me trazerem de volta e viver no meio deles que tão amavelmente haviam me tratado durante minha passagem por esta terra. Alguém, que eu não conseguia reconhecer, de mãos suaves e jeito meigo abraçado em mim, me carregava carinhosamente para os ares sem mostrar que fazia algum esforço para me conduzir.
A notícia era espalhada pela imprensa. Meu estado de saúde física era grave e alem das dores e dificuldades que meu corpo encontrava, uma infecção generalizada me dominava. Fãs de todo país rezavam. A equipe médica se desdobrava buscando minha melhora. Familiares e amigos me visitavam naquela sala cheia de recursos materiais, todavia, o problema se agravava ainda mais e eu, em minha viagem à distância, via um local maravilhoso embelezado por flores das mais diversas, que eu [ Leandro ] nunca havia visto ou estado antes, nem na vida real e até mesmo em sonhos dos mais profundos.
No dia 23 de Junho de 1.998, ainda nos primeiros minutos, antes que eu chegasse ao destino de minha viagem, e colocasse meus pés no chão daquele lugar lindo acolhedor, passei em Caldas do Cipó no interior da Bahia, onde meu querido irmão Leonardo estava fazendo um dos shows. Dei-lhe um abraço (ele sentiu e recebeu ainda no palco) e aí sim, definitivamente, recebi o privilégio de estar entre as pessoas diferentes porem, iguais nas atitudes, sem nenhuma discriminação ou preconceito. Elas me chamaram e se chamavam de irmãos por mais que a pele ou aparência não fossem iguais. E, aquela pessoa que me carregava carinhosamente, aí sim eu a reconhecia, era nosso criador.
A Imprensa anunciava. O país chorava. Meus familiares se desesperavam. Fãs lamentavam. Não tinha mais volta, a verdade era inevitável.
Antes de me ausentar, definitivamente, permaneci entre meu povo por algumas horas colocado em uma caixa de madeira onde eu [ Leandro ] seria sepultado.
Primeiro na cidade de São Paulo na Assembléia Legislativa, onde pude sentir de verdade o quanto eu [ Leandro ] era querido. E, em seguida, no Ginásio Rio Vermelho na divina cidade de Goiânia, no meu idolatrado Estado de Goiás que tanto orgulho senti em poder representa-lo por este mundão de DEUS, e que agora, perdia fisicamente um dos seus filhos mais amados.
Minha família desesperadamente olhava tudo aquilo e não conseguia entender. Ela via o carinho que todos despejavam sobre nós. A tristeza dos fãs lamentando minha partida. O olhar também triste desalentador de meus filhos parece que implorando para que eu não fosse embora tão cedo, como dizendo: Fique com a gente, como faremos agora Papai sem sua presença para nos dar o carinho paterno que o Sr. sempre nos deu? O choro sem consolo do meu irmãozinho Leonardo, como se seu coração quisesse saltar fora do peito. O Leo falava comigo baixinho parece que me orientando para que eu [ Leandro ] me comportasse bem do lado de DEUS. Porem, não se cansava de pedir para eu ficar e a gente continuar fazendo nossos shows por este mundo, que o estrelato nos fez conhecer.
Minha Mãe também conversou muito comigo. Eu [ Leandro ] não podia mais responder, mas ela sabia que eu estava ouvindo tudo o que me dizia.
Os artistas choravam compulsivamente. A palavra AMIGOS, que dava nome ao nosso SHOW, perdia sua primeira letra que representava: Amor, Amizade, Atenção, Abraço, Afago e Artista. A comoção nacional estava aí estampada nos olhares e corações. Mais um ano de copa do mundo se entristecia com a perda de mais de seus artistas, pois, há quatro anos atrás, meu ídolo AIRTON SENNA, também viajava pra DEUS.
Dia de 24 de Junho de 1.998, dia de São João, o sol pomposo aquecia aquela manhã Goiana. O inverno era cinzento e, o vento também, sem muito se manifestar, parecia estar respeitosamente assistindo aquele episódio marcante no Brasil. Então, ali pelas 11:00 horas, aquela caixa que estava minha carne sofrida, era fechada e içada ao caminhão vermelho do corpo de bombeiros que me levaria para ser abraçado pelo solo fértil da minha cidade de Goiânia, lugar que todos um dia irão, independente da cor, sexo, credo e classe social.
A caminho do campo Santo, eu [ Leandro ] via uma multidão incalculável acompanhando o cortejo que muitas vezes em vida, eu chegava imaginar que jamais aquilo aconteceria comigo.
Chegamos no local onde uma saliência côncava me esperava e, ali, após ouvir através das vozes dos meus queridos admiradores, o romantismo de mais uma de nossas canções, desceram minha caixa a uma vala, jogaram flores e a doce terra goiana sobre ela e, todos dali, saíram rezando e chorando, sentindo minha ausência física.
Por favor, cuidem de minha família, especialmente dos meus filhinhos e você meu irmãozinho Leo, siga em frente com esta carreira brilhante e esta voz deliciosa. Vai fazer nossos fãs felizes se acostumarem sem mim.
Aqui, deste lugar acolhedor, estarei com a permissão e a pedido do meu Pai Celestial, enviando proteção a todos vocês que tanto me amaram e, nunca esqueçam, a morte física é o renascimento para vida eterna.
Abraços de Saudades,
Leandro”, escreveu a ex-dupla de Leonardo.