Milhares de brasileiros são surpreendidos com nova moeda que chega para fomentar a economia local
E milhares de brasileiros foram pegos de surpresa com a chegada de uma nova moeda, válida em região do sudeste, após uma lei entrar em vigor, fazendo com que muitos possam assim se despedir do Real.
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De acordo com o portal Valor, o fato ocorreu em Resplendor, cidadezinha mineira com 17,2 mil habitantes (conforme o Censo IBGE 2022).
Entre notas e moedas de reais, a partir de abril, os moradores passaram a levar no bolso outro meio de pagamento físico: notas de Ubérrima.
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Impulsionando a economia
No dicionário, a palavra “ubérrima” significa abundante, de farto mas na cidade do interior de Minas Gerais, a palavra significa dinheiro.
A moeda pública local, segundo a prefeitura, é a primeira do tipo no Brasil, e foi desenvolvida e implementada com o apoio do Sebrae Minas Gerais.
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Para isso, contou com um investimento de R$ 80 mil para a impressão de 70 mil cédulas.
O PIB per capita do município era de R$ 15.972,45 em 2021, o dado mais atualizado do IBGE.
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As cédulas foram lançadas em cinco valores: 1, 2, 5, 10 e 20 ubérrimas.
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Cada ubérrima, ou Ub$, vale o correspondente a um R$1,00
Mas você deve estar se perguntando: Se vale a mesma coisa, por que inventar uma nova moeda para essa região? Calma que a gente explica!
A resposta para essa pergunta está gravada em cada cédula. Isso porque além da foto da cidade, aonde mostra o Rio Doce (que corta o município), ela carrega a descrição de sua serventia:
“Desenvolvida com objetivo de fortalecer a economia local, fruto de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Resplendor/MG e o Sebrae/MG. Esta cédula possui validade apenas no território do Município de Resplendor/MG.”
Estipulada por lei!
Essa novidade desenvolvida pelo Sebrae foi implementada via Lei Municipal e foi apontada com o propósito de contribuir para o desenvolvimento econômico local dos municípios mineiros com baixo dinamismo econômico, com incapacidade de reter riqueza.
A moeda local, desta forma, tem dois objetivos: reter a riqueza no município, uma vez que ela não é aceita em outras cidades, o que incentiva o consumo em Resplendor.
Além de aumentar o número de transações no próprio território. Isso porque com o aumento de notas físicas acaba facilitando o troco em circulação no comércio local.
Cujos quais são vistos como uma das principais fontes de renda da cidade.
Nesses primeiros seis meses de circulação, foram quase 70 mil notas impressas, com valor de face que soma Ub$ 300 mil.
Para que a nova moeda pública local passe segurança e credibilidade, a prefeitura depositou o equivalente em reais, ou seja, R$ 300 mil, no Fundo Monetário Municipal, mantendo o lastro na moeda oficial do Brasil.
Com isso foi possível validar o valor da ubérrima nos estabelecimentos da cidade de Resplendor em que a moeda local é aceita.
MAS ATENÇÃO! Como o aceite não é obrigatório, os comércios que toparam fazer parte do projeto têm um aviso na entrada indicando aos moradores a nova forma de pagamento.
Até o momento, a prefeitura indica que quase 50 estabelecimentos comerciais aderiram à iniciativa.
Como o ubérrima irá interferir de forma prática na economia?
Não basta criar uma nova moeda para fomentar a economia local, é preciso fazer com que as novas notas circulem, sendo de alguma maneira injetadas no cotidiano dos moradores.
O prefeito de Resplendor, Diogo Scarabelli (PP), em entrevista concedida ao portal Valor, explicou como pretende fazer isso.
Segundo ele, a prefeitura deve começar a pagar os benefícios sociais municipais, como a cesta básica, por exemplo, em ubérrimas.
Acima disso, o câmbio entre real e ubérrima (e vice-versa) será disponibilizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da prefeitura, sem taxas de serviço.
A intenção é que os comerciantes que fizerem parte do projeto ofereçam descontos, promoções e programas de fidelidade com cashbacks para incentivar a população a pagar em ubérrimas.
Da parte da administração municipal, serão estabelecidos programas que incluirão iniciativas sociais, premiações, projetos educacionais nas escolas, além da criação de incentivos fiscais.
Essa moeda, por enquanto, ainda não pode ser depositada nos bancos. Porém, o prefeito diz que há conversas com agências bancárias locais neste sentido.
O projeto do Sebrae/MG quer ir além e, nos próximos meses, a cidade Mato Verde, no norte do Estado, deve receber sua própria moeda.
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