Já são 25 anos de “Domingão do Faustão” na Globo. Se tem um caso que vai ficar marcado na história não só do programa, mas também na carreira de Fausto Silva, é o caso “Latininho”.
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Em 1996, o programa da Globo travava uma verdadeira batalha contra o “Domingo Legal” em busca de audiência. A cada domingo, um tentava superar o outro, e parecia que não existiam limites, era o chamado “fazer o que for preciso” para ganhar. Houve um período no final deste mesmo ano que Gugu vinha conseguindo uma série de vitórias, o que aquela altura era considerado “inadmissível”.
Revendo conceitos
A data foi 8 de setembro de 1996. O “Domingo Legal” vinha acumulando vitórias contra o “Domingão”, e algo teria que ser feito para “barrar” Gugu. A produção trouxe ao programa o cantor Latino, que na época era um grande sucesso, principalmente nas rádios, mas não seria suficiente. A Globo também levou ao palco Rafael Pereira do Santos, na época com 15 anos. Portador da Síndrome de Seckel, falha genética irreversível que ocasiona microcefalia, retardo mental e nanismo, o garoto de apenas 87 cm, surgiu diante das câmeras caracterizado como Latino, e logo ganhou o apelido de “Latininho”.
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Rafael dançava no palco junto com o cantor, mas obviamente não entendia o que acontecia ao seu redor. Faustão por algum motivo, insistia em dizer: “Esta fera foi descoberta pelo Zezé Di Camargo e Luciano”. “Latininho” chegou até a brincar no colo do Caçulinha, e foi o responsável por um pico de 30 pontos de audiência e pela vitória sobre Gugu. Tudo parecia ser festa na Globo, mas não durou muito. No dia seguinte, a repercussão foi a pior possível para a emissora. “Latininho” estampava capas e mais capas de jornais e revistas, mas todas com duras críticas feitas a produção e a Globo.
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A revista Veja por exemplo, tinha na capa o título: “Mundo cão na TV, até onde vai a apelação?”. Com a repercussão negativa por parte da imprensa, a revolta do público só aumentou. A partir daquele momento, a Globo começava a ser acusada de “exploração”, e “humilhação” contra Rafael. Resultado: O caso foi parar na Justiça. A família de Rafael processou a Rede Globo, que acabou condenada a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. O caso serviu também para que um “tabu” fosse criado naquele instante. Desde então, nunca mais houve uma aparição de alguém debilitado pela Síndrome de Seckel na TV brasileira. O caso “Latininho” serviu para que conceitos fossem revistos sobre até que ponto a TV brasileira chega para buscar audiência. Infelizmente a apelação e casos similares não foram extintos, continuam até hoje, mas isso é outra história.
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O que aconteceu com o “Latininho”
Há poucas informações até hoje sobre o que aconteceu com o “Latininho”. Pelo que foi pesquisado, o seu último registro na imprensa foi em 2001. De lá pra cá pouco se sabe sobre como vive hoje, ou se ainda é vivo.