Nesta edição, o “Lembra Dessa?” fará diferente. Ao invés de abordarmos uma data específica, abordaremos uma época, a época do “Castelo Rá-Tim-Bum”.
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Atualmente, a programação voltada para o público infantil na TV aberta brasileira não é mais unanimidade. Hoje quem mais aposta nesta categoria é o SBT. Mesmo se saindo bem, não desperta tanto o interesse de outras emissoras, e com isso, trabalha praticamente sozinho no segmento. Hoje o SBT, mas “ontem” a TV Cultura. A ascendente emissora paulista, foi talvez a grande responsável por voltar a acreditar no público infantil.
A data foi 9 de maio de 1994. Neste dia, estreava na TV Cultura o “Castelo Rá-Tim-Bum”, que chegaria apenas para completar a programação da emissora. Os diretores do canal não podiam sequer imaginar que a atração atingiria tamanho sucesso. Um programa de abordagem pedagógica que conta a história de um garoto que mora em um castelo. A fórmula era uma variação de várias outras atrações da emissora, por isso, o projeto não causou tanta euforia e empolgação a princípio. Mas claro que o sucesso sempre aparece de surpresa. A fórmula logo encantou as crianças, que começaram a querer acompanhar cada vez mais a história daquele garoto de 300 anos. Os pais também aprovaram o projeto, afinal era uma atração pedagógica e educativa. Tinha início ali, a atração de maior sucesso da história da TV Cultura.
Deu certo, e agora?
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A audiência era alta e regular, chegava a marcar 13 pontos, e o canal teve que se superar para dar conta de tamanho sucesso, que pegou todos de surpresa. A direção teve que correr para contratar mais profissionais, estima-se que a produção chegou a contar com 250 pessoas, além dos atores. A estrutura da TV Cultura não era das melhores, e os artistas sofriam. Os figurinos eram quentes, e o estúdio ficava trancado, sem ao menos um ar-condicionado. Para dar conta da demanda, os atores tinham horas “malucas” de gravação. Marcelo Tas, que interpretava o Telekid, passou um bom tempo gravando em plena madrugada.
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Com um tempo, a produção e o canal foram se adaptando a rotina e também ao sucesso. Com tudo nos “trilhos” certos, os resultados foram surgindo. Em 1994 e 1995, o programa recebeu a medalha de prata na categoria melhor programa infantil do Festival de Nova York. Em 1995, ganhou o Prêmio Sharp de Música para o melhor disco infantil. Produtos começavam a ser licenciados, e em plena exibição original do programa, foi lançado fitas VHS com os primeiros episódios, em 1995. Logo, Nino, Dr. Victor, Dona Morgana, Zeca, Biba, Pedro e muitos outros personagens, conquistavam todo o Brasil e até outros países.
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O fim
Em 1997 o programa deixou de ser produzido. Milhares e até milhões de crianças, fãs do programa, não se conformaram com a notícia. Muitas chegaram a mandar cartas com dinheiro para TV Cultura, para que pudessem continuar. Mas não teve jeito. Naquele ano, chegava ao fim o “Castelo-Rá-Tim-Bum”, de desacreditado, à um dos maiores programa infantis do Brasil.
Este ano, o “Castelo-Rá-Tim-Bum” completou 20 anos desde a sua estreia. O programa fez história. Hoje, muitas daquelas crianças que ficavam em frente a TV acompanhando a história do garoto Nino, são adultas, muitos já com filhos. O “Castelo-Rá-Tim-Bum” contou uma história, educou, divertiu e deixou o seu legado.