Qual foi a sua inspiração para escrever a sinopse da novela?
Tive dois amigos próximos que entraram em coma, e esse é um assunto pelo qual sempre me interessei. Além disso, queria abordar essas novas configurações familiares. Hoje tudo mudou. Temos reprodução assistida, irmãos postiços, o pai biológico, o pai que cria… Tem muita dança nesses papéis, mas acredito que, se falta tradição, o amor segura os laços familiares.
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Algum papel foi inspirado num amigo seu?
Há pessoas de quem extraio alguns elementos para fazer um personagem. Maria (Neusa Borges), por exemplo, que cuida da Ana (Fernanda Vasconcellos), é uma homenagem a minha Maria, que trabalha comigo e é uma pessoa tão generosa. Não temos laço de sangue, mas é ela quem contribui para a educação da minha filha, Clara, de 12 anos.
Na sua novela os mocinhos não são melosos…
Procurei construir uma história que não fosse pelo caminho da vilania, com personagens íntegros, bem-intencionados, mas humanos.
Mas não dá para deixar de chamar Eva (Ana Beatriz Nogueira) de vilã!
Ela beira a psicopatia. Li a biografia do tenista André Agassi e descobri que ele tinha um pai muito pior do que a Eva.
Passou o frio na barriga de estrear uma novela?
Mais ou menos. Sou perfeccionista. A sensação é diferente da do começo, a trama está bem, mas tem muita água para rolar. Novela não é corrida de 100 metros, é uma maratona.
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Numa pesquisa feita pelo site oficial da novela, 55% dos internautas preferem que Ana (Fernanda Vasconcellos) fique com Rodrigo (Rafael Cardoso), e os 45% restantes torcem por Manuela (Marjorie Estiano) ao lado do rapaz.
— Ficou bem pareado. Eu mesma não sei por quem torço. Tem dias que estou a favor de uma, depois da outra. Lá em casa também está dividido. Minha filha, Clara, torce pela Ana, e Maria (empregada), pela Manu (risos) — conta ela, que já escreveu o final das duas, mas não sabe se ele será seguido: — Tenho me mantido fiel ao meu planejamento, mas não tenho ideia do que pode acontecer. Novela é como a vida, as coisas vão se revelando, por isso, deixo a vida me levar (risos).
A autora confessa ainda que não é de segurar sua emoção quando assiste à trama:
— Chorei milhares de vezes. Eu não tenho distanciamento algum. Chorei na hora que Ana apertou a mão da mãe, no beijo da Manu e do Rodrigo. A novela é um encontro maluco (refere-se ao trabalho do elenco, diretores…). O que assisto é uma surpresa para mim também!
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