“Ligado na TV”: Globo se arrisca com ‘cotas para gays’ em suas novelas

Cláudio (José Mayer) e seu ex-amante Leonardo (Klebber Toledo) na novela “Império” (Foto: Reprodução/Gshow)

Sabe-se que as novelas muitas vezes mudam seu percurso no ar, uma vez que as tramas brasileiras, quase sem exceções, são obras abertas. No entanto, é bastante complicado entender como se dá a relação/comunicação da Globo com seus autores e diretores de novelas. Exemplificarei analisando o caso mais atual, será que Aguinaldo Silva não inseriu na sinopse de “Império” todos os personagens gays que estariam no folhetim das 21h?

Sem dúvida a maior parte, senão todos, já estavam sim na sinopse enviada e aprovada pelos diretores. No ar, isso está gerando uma enorme polêmica. O público não está aceitando bem, como constatado nas pesquisas da própria emissora. Desse modo, o canal dos Marinhos está, segundo informações, tentando burlar a história, obrigando Silva transformar os gays da trama em heterossexuais ou desaparecendo com eles.

A emissora já vinha tendo rejeição de boa parte do público, que em geral é conservador, com seus personagens gays nos folhetins das 21h, foi assim com Félix (Amor à Vida), que teve boa aceitação mesmo apenas no desfecho da trama, e com Clara e Marina (Em Família), as quais tiveram alta rejeição. Nesse contexto, a Globo está se arriscando muito com a “cota para gays” em suas tramas, especialmente no horário de maior audiência.

“Império” tem um número robusto de personagens gays, a direção deveria saber que se um ou dois personagens já faziam barulho, quatro ou cinco então causariam um estrondo. Assim, estranho mesmo é a direção aprovar a sinopse com esse quantitativo de núcleos com personagens gays e depois, com a esperada não aceitação do grande público, exigir do autor mudanças e “viradas” de tais personagens para amenizar ou extinguir a polêmica.

E você, leitor da coluna, o que acha disso tudo?

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