“Movimento esperado”: Renata Lo Prete paralisa JG com decreto de Lula ao Banco Central que atinge a poupança

Renata Lo Prete anuncia em meio a edição do Jornal Hoje uma ordem do Presidente Lula ao Banco Central que atinge em cheio a poupança e outras mudanças podem ocorrer no processo

Em edição do Jornal da Globo que foi ao ar nesta última quarta feira (28), Renata Lo Prete expôs uma nova medida do Governo Lula quanto ao Banco Central, que tem tudo para trazer mudanças impactantes, ainda mais no que se refere a poupança.

Como mencionamos em matérias anteriores, o COPOM do Banco Central decidiu manter a taxa de juros em 10,50% ao ano, ainda em julho deste ano. Desde então algumas rusgas e críticas contra o até então presidente do BC, Campos Neto, ocorreu por parte de Lula e pela oposição.

Pra quem não sabe Campos Neto foi nomeado ainda na antiga gestão, o que representa pro atual Governo um certo choque de interesses e, por conta disso, o movimento natural é que haja de fato alguns embates.

Porém, conforme exposto por Lo Prete, no JG, o presidente Lula acabou de indicar o economista Gabriel Galípolo para ser o novo presidente do Banco Central (BC) e substituir Campos Neto no fim do seu mandato.

Galípolo atualmente faz parte da diretoria do BC e a indicação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto, ainda nesta última quarta feira.

Um movimento esperado

Renata Lo Prete, por sua vez, destacou que tal movimento já era muito esperado pela maioria que acompanhava os últimos acontecimentos envolvendo o Banco Central:

“Hoje começamos com a indicação de Gabriel Galípolo para comandar o Banco Central. Isso ocorre em meio a um movimento amplamente esperado pelo mercado e os ‘atores’ todos. Galípolo escolhido pelo presidente Lula, ainda precisa passar pela sabatina e ser aprovado pelo Plenário do Senado”

De acordo com o G1 essa sabatina será efetuada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e como dito acima, ainda precisa ter seu nome aprovado pelo plenário da Casa. A votação é secreta.

Caso seja aprovado, Galípolo será o sucessor de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, que permanece no cargo até dezembro deste ano. Ele cumpre o mandato de quatro anos, conforme a legislação.

Vale destacar que o indicado de Lula afirmou que é: “uma honra, um prazer e uma responsabilidade ser indicado à Presidência do BC pelo ministro Haddad e pelo presidente Lula”.

Como Lo Prete destacou, essa indicação já era esperada pelo mercado. Galípolo chegou a adiantar o retorno a Brasília após uma viagem e ficou de sobreaviso a pedido de Lula conforme apurado pela TV Globo.

O objetivo era tentar costurar uma data para apreciação do nome dele no Congresso antes das eleições municipais, mas com a agenda apertada por conta delas, ainda não se tem uma data precisa de quando isso irá ocorrer de fato.

Visão imparcial

Vale dizer que como diretor de política monetária, Galípolo investiu em declarações que o mostrassem como independente das visões políticas de Lula. Mesmo diante das críticas do presidente quanto a manutenção da taxas de juros, em diversas ocasiões, o economista defendeu que a manutenção é uma decisão puramente econômica.

Tanto é que, segundo o G1, o indicado de Lula também votou em junho pela manutenção da taxa de juros em 10,50%, em um sinal visto como imparcial aos interesses do Executivo.

No início da semana, Galípolo comentou as diferenças entre o cenário econômico brasileiro e dos Estados Unidos que começou a dar sinais de moderação: “A atividade está aquecida, se mostrando dinâmica no Brasil (…) Tem mostrado bastante dinamismo” – Afirmou ele, durante participação em evento de comemoração dos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina.

O que a mudança de presidente do Banco Central pode afetar na Poupança?

Como mencionamos em outras matérias, a Taxa Sélic é a principal base dos rendimentos da poupança, sendo assim, quanto mais baixa, menos a fonte de renda fixa irá render.

Ou seja, caso o futuro presidente do Banco Central não mude o seu posicionamento, a poupança continuará rendendo baixo, o que é péssimo pra quem investe nesse tipo de investimento.

Em contrapartida, se o novo presidente ceder e ir a favor dos interesses do executivo, a taxa aumenta e consequentemente a poupança passará a render mais novamente.

Lembrando que tudo não passa ainda de mera especulação, afinal de contas, o candidato indicado ainda precisa passar por todos os processos mencionados acima. O que nos resta é aguardar …