Após anos de muita tradição, empresa decreta falência, fecha todos as suas lojas pelo Brasil e tenta renascer com um novo nome
A Justiça de São Paulo decretou em 2022 a falência da Máquina de Vendas, dona de uma tradicional empresa do mercado. Na mesma semana, o decreto foi suspenso por um despacho da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo, segundo o jornal Folha de S.Paulo. O relator, o desembargador Maurício Pessoa, afirmou no despacho que o processo de recuperação judicial deveria prosseguir.
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A empresa já foi uma gigante do varejo, com mais de 1.200 lojas, faturamento de R$ 9,5 bilhões e 28 mil funcionários. Fundada pelo empresário Ricardo Nunes, em 1989, a companhia enfrentou uma série de dificuldades financeiras a partir de 2015, e Nunes foi acusado de sonegação de impostos.
Contudo, o juiz do processo de falência definiu que o grupo não teria mais viabilidade econômica e que houve um esvaziamento patrimonial da operação, especialmente depois do fechamento das lojas durante o período de pandemia. Porém, segundo o atual presidente e controlador da empresa, Pedro Bianchi, a decisão foi uma “surpresa muito grande”. No entanto, a companhia recorreu.
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O renascimento com um novo nome
A varejista Ricardo Eletro agora atende pelo nome Nossa Eletro. As duas primeiras unidades da nova bandeira foram inauguradas recentemente em Minas Gerais após a companhia conseguir reverter sua falência na Justiça. O objetivo é que até o fim deste ano sejam entre 18 e 20 unidades abertas, chegando à marca de 50 lojas em 2024. Além disso, o movimento se dá após a pulverização da antiga rede de eletrodomésticos que estava espalhada pelo país com mais de 400 pontos de venda e que, no auge, chegou a faturar cerca de 10 bilhões de reais anuais e a empregar 30 mil pessoas — hoje, são cerca de cem funcionários. “A gente está refundando a empresa. Já abrimos duas e vamos abrir mais três lojas neste mês de abril”, diz o CEO da empresa, Pedro Bianchi. Todas as lojas previstas para 2023 serão em Minas Gerais.
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Por que a empresa mudou de nome?
Porém, em conversa com o Uol, o CEO da empresa, Pedro Bianchi, disse que a nova identidade, é uma tentativa de dar um ar mais “coletivo” para a marca. “A gente quer tirar essa imagem de que a empresa era de uma pessoa e dar esse ar coletivo”, diz ele por fiim. O principal motivo, no entanto, não seria esse.
Contudo, a fundação da nova marca é uma oportunidade para se desvincular da imagem de seu antigo dono, o empresário Ricardo Nunes. Esse que vendeu sua participação no antigo conglomerado em 2019. Porém, fundador da Ricardo Eletro, Nunes chegou a ser condenado por corrupção ativa, em 2011, pelo pagamento de propina a um auditor da Receita Federal, e foi preso ao lado da filha, em 2020, sob a acusação de sonegação de 400 milhões de reais em impostos — ele passou um dia na prisão e foi solto após prestar depoimento.