Uma das lojas mais icônicas do nosso país pode estar com os dias contados
Que estamos passando por um período crítico não é segredo pra ninguém. Nos últimos dias, nos deparamos com inúmeras notícias sobre falências e fusões que causaram o fechamento de lojas e empresas famosas, cuja quais, nunca imaginaríamos que um dia passariam por isso.
Se você ama livros e tecnologia, com certeza, já passou horas e horas nessa loja que iremos mencionar hoje. Estamos falando da icônica amarelinha, Saraiva.
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A centenária, que foi fundada em 1914 e marcou inúmeras gerações, teve seu auge entre os anos 80 e 90. Mas infelizmente, está tentando sobreviver a uma falência que está cada vez mais eminente.
Isso porque, como muitos sabem, a crise sanitária da Covid 19 culminou a piora de um quadro que já era ruim e a Saraiva é mais uma vítima disso.
Entendendo a crise
Segundo foi divulgado no próprio site da empresa, no ano de 2020, houve o fechamento da maioria das lojas físicas devido ao impacto da pandemia do COVID-19.
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A falta de previsibilidade de estabilização da situação somada à nova realidade do país, levou a Companhia a entrar com o pedido do 1°Aditivo ao Plano de Recuperação Judicial, que foi homologação em março de 2021.
Ainda em 2020, a rede perdeu batalhas na Justiça contra editoras que pediam a devolução de livros em consignação nas lojas que estavam sendo fechadas.
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Com extensão dos impactos da pandemia ao longo de 2021, a Saraiva entrou com o pedido do 2º Aditivo ao Plano de Recuperação Judicial, que foi homologado em abril de 2022.
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Sendo assim, segundo a Wikipedia, a empresa ficou com apenas 39 lojas físicas mais o ambiente virtual.
Em 2022, após o período mais crítico, a Saraiva aprovou junto a parte dos credores a conversão de R$ 163 milhões de dívida em ações, com o processo, a empresa passaria a ter um capital pulverizado na Bolsa. Com essa amortização, passaria a ter dívida inferior a R$ 300 milhões
Pedido de falência
Apesar dos esforços em se manter firme, em abril de 2023, a empresa de tecnologia Websoul protocolou um pedido de falência da Saraiva na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial, em São Paulo.
A Websul cobrou uma dívida de R$ 241,4 mil. A empresa solicitou o bloqueio de valores em contas bancárias da Saraiva, mas foram localizados R$ 50.
A rede de livrarias está em recuperação judicial desde outubro de 2018, quando declarou uma dívida de R$ 675 milhões.
O pedido de falência foi encaminhado à Justiça pelo escritório Mazzucco & Mello Advogados. Em nota divulgada na época, a Saraiva confirmou que a Websoul é credora da empresa, mas que não havia recebido nenhuma intimação sobre o caso.
Segundo o portal Metrópoles, o advogado Rafael Mello, que representa a Websoul, informou acreditar que a rede de livrarias passava por estado de insolvência e não seria viável um novo parcelamento da dívida.
Como ficou a situação da Saraiva afinal?
Segundo o que foi apurado pelo TV Foco, a empresa continua em recuperação Judicial, porém continua fechando lojas em todo o Brasil.
Somente em abril de 2023, quando o pedido foi feito, a Saraiva promoveu o fechamento de seis lojas, muitas delas localizadas em pontos excelentes como Shoppings e Centros comerciais.
Mas, segundo o Portal Info Money, em maio de 2023, a unidade da livraria Saraiva (SLED4) registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 17,820 milhões no primeiro trimestre de 2023, cifra 16,9% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
A Saraiva também informou que o trimestre foi impactado positivamente em R$ 3,4 milhões, sendo em R$ 1,4 milhão por operações descontinuadas.
Antes das operações descontinuadas, o prejuízo ajustado somou R$ 17,206 milhões, queda de 52,6%.
A receita líquida da empresa ficou em R$ 16,9 milhões, registrando redução de 4,8% quando comparada com o 1T22, em decorrência da redução do número de lojas na rede de 36 para 31 lojas.
O faturamento líquido das lojas físicas atingiu R$ 16,6 milhões, o que representa um aumento de 0,1%. Já as vendas mesmas lojas tiveram alta de 12%. Já o e-commerce, com R$ 300 mil, teve declínio de 76,7%.
Segundo o balanço da empresa, a dívida líquida ajustada antes de recebíveis ficou em R$ 22,792 milhões, uma melhora de 85,5% na comparação com igual período do ano passado.
Ainda segundo o que apuramos, apesar da situação crítica e falência eminente, a livraria continua ativa pelas redes sociais promovendo venda de livros e divulgando eventos e conta com 835 mil seguidores.