Longe da Globo e crítico da Lei Rouanet, Juca de Oliveira revela que precisou vender carro para produzir peça
Afastado da TV aberta e da Globo desde 2018, quando gravou uma participação em O Outro Lado do Paraíso, Juca de Oliveira enfrenta algumas dificuldades para realizar seus trabalhos no teatro.
Nesta quinta-feira (12), o veterano ator concedeu uma entrevista ao programa Morning Show, da Rádio Jovem Pan, ao lado de Taumaturgo Ferreira. Eles estão em cartaz com a peça Mãos Limpas, em São Paulo, na qual interpretam dois traficantes que escapam de uma batida policial e se escondem em um apartamento vazio.
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Na conversa, Juca de Oliveira, que já havia criticado a Lei Rouanet em outras ocasiões, falou sobre a forma como o atual governo do presidente Jair Bolsonaro trata a cultura, e ressaltando que a sua peça não contou com nenhum patrocínio ou verba direta do Estado, ele voltou a criticar a polêmica lei.
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“Eu não acho que faz sentido você dar dinheiro da educação, da segurança e da saúde para um profissional. O teatro nasceu do trabalho da classe artística em função da bilheteria”, disparou.
Mesmo fazendo questão de não contar com apoio do governo, o ator revelou dificuldades que enfrentou para o trabalho. “Eu e Fúlvio Stefanini vendemos um carro. Foi gasto R$ 65.000,00 para fazer essa peça. Ninguém consegue fazer uma peça, segundo a Lei Rouanet, sem ter pelo menos um milhão de reais. Eu acho que o Estado deve incentivar as artes, os estudantes, os jovens; aqueles que realmente querem enveredar pela arte tem que contar com o auxílio do governo”, revelou.
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CARREIRA
Aos 84 anos, Juca de Oliveira é um dos atores mais experientes em atividade, com mais de 50 anos de carreira no cinema e na televisão, e com passagem pelas principais emissoras brasileiras.
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A sua primeira novela na Globo foi O Semideus, escrita por Janete Clair, em 1973. A última foi justamente O Outro Lado do Paraíso, folhetim das 21h de Walcyr Carrasco.