Malu Mader esteve no Encontro nesta quarta-feira e debateu o tema do dia, o aborto. Ela se posicionou e falou sobre o direito de cometer tal ato, que ela defende que exista.
“Estou aflita com esse tema. Ninguém é a favor do aborto, não existe uma questão de ser a favor ou não ser. É uma questão de que ele existe. Muitas mulheres fazem aborto, muitas mulheres morrem e sobretudo as mulheres pobres, então mais uma vez é a sociedade criminalizando apenas a mulher pobre. É uma questão de discutir isso, realmente, de fato, porque na verdade a mim me parece que não importa muito a vida dessa mulher, se ela vai morrer ou não”, disse ela.
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E continuou: “Compreendo que as pessoas se choquem, tirar uma vida… Mas ninguém se empenhou nunca numa campanha de conscientização da gravidez indesejada, de educar. Ninguém está tão preocupado assim com a vida das pessoas como querem fazer parecer. E é a mesma questão em relação a arte… É um conservadorismo também. É uma pauta que é de saúde pública, não é de Justiça, de religiões, de nada”.
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E acrescentou, tentando se explicar melhor: “Estava tão inflamada aqui, parecia que eu estava defendendo o aborto. De fato, eu acho uma coisa horrível também. Eu quando comecei minha vida sexual, antes mesmo, quando eu previa que aquilo ia começar – mas aí já é uma visão privilegiada – eu tinha um ginecologista me acompanhando, uma mãe conversando em casa podendo me dar atenção, pude falar com ele ‘o que é 99%, 100% de chances de não poder engravidar?’, porque eu também tinha pavor dessa ideia”, disse.
E concluiu: “Mas a mulher que está nesta situação, ela está em desespero. Acredito que toda a mulher que esteja com essa questão, esteja em desespero. Então ela devia ter sido atendida antes com quem está tão preocupado com a vida alheia. O governo ao invés de abandonar ali à sua sorte, devia prestar atenção, informar, dar camisinha”. “A gente não falou de homem, né? Como se o filho nascesse só da mulher. Aquela carga, decisão, fica sempre pra mulher ser penalizada com essa decisão”, finalizou ela.
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