A atriz Maria Casadevall estreou nas novelas em 2013, quando atuou em “Amor à Vida”, e desde então vem sofrendo com rumores maldosos envolvendo seu nome. Ao falar sobre o assunto, em entrevista à revista “Glamour” de setembro, ela se mostrou irritada com todos os tipos de rótulos que lhe foram atribuídos.
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“Qualquer rótulo me incomoda. Teve o de namoradinha do galã, namoro que eu nunca assumi. O ‘não’ em relação a um homem começou de forma orgânica, só depois entendi que era porque eu não queria compactuar jamais com esse pensamento machista de que a minha existência depende de uma relação amorosa masculina”, disse.
“Então, se você me perguntar se estou namorando, não vou responder. Eu e todas as mulheres temos e somos muito mais do que isso. O segundo rótulo foi o de gay, porque saiu uma foto minha dando um selinho em uma amiga. O que eu respondi? Que tanto faz, que não importa, porque, de fato, não importa”, continuou.
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“Depois, caí na caixa da atriz hipster, da atriz-maluca, da atriz-cabeça… Podem até tentar me enquadrar, mas eu não me coloco em caixa alguma. É mais ou menos como aquela música dos Novos Baianos: ‘vou mostrando como sou, e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos'”, completa.
Defensora dos direitos femininos, ela declara: “Nunca tive um incentivo político ou intelectual dentro de casa. Na época da ditadura militar, minha mãe, aos 19 anos, lutava contra um câncer seriíssimo. Ela sobreviveu, mas, obviamente, as questões dela eram outras. Ainda jovem, comecei a sentir essa carência intelectual e fui buscar respostas na faculdade e nos livros que devorava. Mas leva tempo até absorver informação e transformá-la em opinião”.
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“Em 2013, com as manifestações explodindo nas ruas de São Paulo, essa tomada de consciência política me fez pensar sobre questões que antes eu julgava serem apenas minhas. Me entendi feminista ao compreender que as minhas questões eram questões de outras, quando assimilei que somos treinadas a reproduzir valores de uma sociedade machista e sexista. Tomei gosto pela discussão, por trabalhar o pensamento além da assimilação de dados”, revela.
E discursa: “É fácil entrar numa bolha de iguais onde se reproduz um mesmo pensamento. O excesso de informação pode acabar desinformando. Por tudo isso, a importância de um trabalho de base, de se inserir em um contexto político e social e, aí sim, entender onde nos encontramos”.