Antonio Fagundes completou 69 anos de idade nesta quarta-feira. Uma de suas maiores (e mais famosas) amigas aproveitou a data para celebrar mais uma vez a amizade duradoura entre os dois.
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“Hoje o dia é dele e ponto. Meu querido amigo de trocentos anos, diretor, mestre, ator sensacional, parceiro no pior e no melhor, Antonio Fagundes, meu Fafolino, faz aniversário. Que seja feliz hoje e sempre”, escreveu ela.
E finalizou: “Aliás, taí um cara que tem essa vocação, vocação pra ser feliz. Beijos, querido meu, muitos. Que este seu ano novo continue arrasador, tal como o anterior. Amor desta sua G.. Beijos, companheiros meus e bom dia para nós todos”.
CRITICANDO AS NOVELAS DA GLOBO:
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O ator Antonio Fagundes é um dos mais antigos da teledramaturgia da Globo e surpreendeu com declarações polêmicas em uma entrevista à Veja. Na ocasião, ele criticou as atuais novelas da própria emissora e a forma com a qual elas são gravadas e vão ao ar.
“Houve uma interferência de diversos fatores na estrutura da dramaturgia brasileira, principalmente, que era uma dramaturgia muito rica, muito profunda. A nossa novela é respeitada no mundo inteiro, até por causa disso, por que aborda temas sociais, políticos, coisa que as novelas no geral não fazem”, explica.
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“Houve uma interferência de linguagens, os clipes musicais, os videogames, essa velocidade que o cinema adquiriu nas últimas décadas, passou pra televisão, e acho que passou de uma forma errada. A nossa dramaturgia tenta copiar esse ritmo, e a gente perdeu em conteúdo algumas coisas”, explica.
“É claro que se você tem só 30 segundos numa cena você não consegue desenvolver nenhum pensamento sério. Se você pegar as novelas de 20 anos atrás você vê que as cenas tinham 10, 15 minutos, onde era possível você desenvolver um pensamento, era possível você aprofundar um personagem”, relata.
“Você vê o ritmo do Downton Abbey, é um ritmo inglês. Só que o que acontece ali, o que tem de acontecimento… Por que a velocidade não tá no número de cortes, nem na duração da cena, a velocidade tá no que tá acontecendo com os personagens. No que tá acontecendo internamente com os personagens”, explica.
“Na verdade o que me interessa numa novela, ou numa série, num livro, é essa abertura pro humano. E a abertura pro humano você só tem através do sentimento, através da emoção. Não é na rapidez da imagem, não é no número de likes que você consegue”, analisa.
“É exatamente na calma de poder olhar o outro, poder entender que o outro existe e que ele pode ser diferente de você, mas mesmo assim ele tem os mesmos problemas que você. Essa identificação só é criada se você se der tempo”, disse ele, que fez um comparativo com as produções internacionais.
“As séries americanas tão fazendo o que as nossas novelas fizeram há 20 anos, eles estão novelizando as séries deles e nós estamos serializando as nossas novelas. Eu acho que era hora da gente parar pra ver que nós é que demos pros americanos o que eles estão fazendo hoje, e nós estamos perdendo”, revela.
“A gente [os atores] percebe que as coisas boas que a gente sabia fazer a gente tá perdendo mão delas, e não só em televisão, em cinema e teatro também. A dramaturgia brasileira de teatro também tá empobrecida. De cinema também, os roteiros não atingem os objetivos como a gente gostaria que atingisse”, reclama.
E finaliza: “Você vê o resto do mundo todo entendendo isso, enfiando o pé no freio, indo contra a maré dessa rapidez, e dando certo, e a gente perdendo esse bonde.”