No palco do programa, judocas ainda ensinam algumas regras básicas e golpes da modalidade que mais rendeu medalhas para o Brasil na história das Olímpiadas
Beatriz Souza, Willian Lima e Larissa Pimenta são medalhistas olímpicos que colocam o nosso judô entre os melhores do mundo. Recentemente, o Brasil parou para ver eles lutarem em Paris. Desde então, não pararam de dar entrevistas. Agora, eles vão estar no The Noite com Danilo Gentili, nesta terça-feira (13), para contar as histórias da competição e de suas carreiras.
Bia ganhou o ouro, Willian foi prata e Larissa conquistou o bronze nos individuais. Os três ainda levaram o bronze na categoria equipe mista. Orgulhosos, eles exibem suas medalhas no programa e assumem que só agora estão começando a ter total noção da repercussão.
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“Ainda não caiu a ficha”, afirma Bia Souza.
“Fomos vendo alguns vídeos, mas na hora não temos noção e nem dimensão dessa grandeza. Estamos começando a ter só agora”, completa Larissa.
No The Noite, os três contam o caminho que cada um percorreu até chegar às Olímpiadas e medalharem, histórias de suas carreiras, como começaram no judô e até demonstram e ensinam algumas regras básicas e golpes do judô. Sobrou até para Danilo Gentili e Igor Guimarães.
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Confira algumas das declarações dos judocas durante o The Noite
Beatriz Souza – Medalhista de ouro no individual e bronze por equipes
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Superstição e fã de Harry Potter
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“Uso a mesma roupa para competir. Mesmo casaco, camiseta branca, shorts, top… Tudo! E assisto séries entre as lutas. Nas Olimpíadas, assisti Grey’s Anatomy. Amo séries policiais e médicas. Amo Harry Potter, tanto que a minha meia de competição é do Harry Potter”.
Competição
“Fui em busca da medalha, claro, ser campeã. Na competição, estava focada só em fazer tudo o que treinei. Queria colocar cada detalhe dos treinos, os golpes no tempo certo, chegar forte na pegada… Tem uma foto minha sorrindo quando acabou a final. Ali, o meu sentimento foi de ‘nossa, finalmente acabou a competição’. Depois que eu fui perceber e dizer: ‘Meu Deus, sou campeã olímpica, eu ganhei!”
Festa pela medalha de ouro
“Ainda vou comemorar. Quero muito fazer um churrascão com pagode, juntando a família e os amigos… Meus vizinhos, muito queridos, fizeram uma faixa para mim e me deram flores, mas ainda não consegui ver ninguém.”
Como começou a fazer judô?
“Meu pai é um atleta de judô aposentado. Fui uma criança muito hiperativa. Já cheguei a fazer natação e dança ao mesmo tempo. Nem sonífero me acalmava. Meu pai teve a ideia de um dia me levar para assistir um treino e eu me apaixonei por aquela grosseria toda que vi. Uma semana depois já estava de quimono, em cima do tatame, treinando.”
William Lima – Medalhista de prata no individual e bronze por equipes
Superstição incomum
“Criei um hábito, uma superstição bem estranha. Acredito muito que a palavra tem poder e a mente é a coisa mais poderosa que temos. Quando conseguimos colocar para fora e mentalizar tudo aquilo, entramos em um caminho de visualização que vai dar certo. Então eu gosto de falar comigo no banheiro olhando no espelho, repetindo algumas palavras motivacionais, antes de cada luta. Normalmente agradeço a oportunidade de estar ali.”
Como começou a fazer judô?
“Sempre me dei muito bem com água. Era aquela criança que os pais precisavam brigar para tirar da piscina. Quando meu pai teve a ideia de me colocar no esporte, a primeira coisa que veio na minha cabeça era a natação. Só que o local era um projeto social, não atendiam todas as idades e tinha uma altura mínima para praticar. Eu não atingia nenhum dos dois. Fiquei um pouco chateado e meu pai e meu irmão, que faziam judô, falaram para eu ficar até os 9 anos com eles, um momento em família. Na primeira competição, já não quis mais largar o judô. Veio uma chama competitiva dentro de mim que eu falei: ‘É isso o que eu quero’”
Lesão antes das Olimpíadas
“Estava com uma lesão no tendão supraespinhal. Estava descolado do osso. O médico me disse: ‘Ou você opera ou aprende a conviver com a dor’. Estou com ela há quase um ano e se operasse tinha risco de ficar de fora das Olimpíadas. Temos que tomar decisões difíceis e muitas vezes sair da nossa zona de conforto. Todos nós estávamos vindo de alguma lesão e o nosso técnico Leandro Guilheiro foi medalhista com a mão fraturada, a lombar ruim. Então eu falei: ‘Estamos no caminho. Se ele medalhou nas Olimpíadas desse jeito, vai dar certo. E deu.”
Elogios a estrutura
“Já moramos em república, então pegamos alguns colchões que não eram tão confortáveis. Eu, particularmente, acho que a estrutura toda estava incrível. O COB fez algumas concepções para gente que não tinha no quarto, como ar-condicionado, que colocaram portátil e a questão do restaurante brasileiro também.”
Aproveitou as Olimpíadas ao máximo
“Eu vivi as Olimpíadas. Fiz tudo o que eu queria fazer. Sou amigo do Alison dos Santos, que também foi medalhista. Enquanto ele estava treinando, eu estava lutando e ele assistiu a minha luta. Na Vila Olímpica disse que eu iria assistir ele. Falei com o pessoal do COB, me arranjaram ingresso e fui às eliminatórias. Para mim, foi surreal acompanhar outros esportes, é algo que a gente não tem muita oportunidade. Consegui assistir o vôlei de praia também.”
Larissa Pimenta – Medalhista de bronze no individual e por equipes
Amizade com a rival italiana Odette Giuffrida
“Somos muito amigas. (A Odete) é uma pessoa especial na minha vida. Ela já veio aqui no Brasil e, inclusive, vai voltar. Numa dessas vindas, levei ela na Igreja Bola de Neve. Ali ela conheceu Deus, começou a ter fé e seguir os caminhos.”
“Quando aconteceu esse momento, estava meio paralisada, digo que estava faltando oxigênio na cabeça de tanto que gastei energia. Aí ela veio até mim e disse: ‘Vai, levanta, dá glória para Deus’. Foi um momento muito especial. Por ter sido ela e nessa disputa olímpica.”
Disputa por equipes
“Na verdade, o judô é o esporte individual mais coletivo que tem. Todos fazem o seu dia no individual, mas quando chega a disputa por equipes, nos unimos e juntamos a vontade de todos para buscar a medalha.”
Como entrou no judô?
“Entrei através dos meus irmãos mais velhos, eles faziam na escola. Chegava em casa e eles ficavam me chamando para lutinha. Quando atingi uma certa idade, minha mãe me inscreveu e eles pararam. Por que será?” (Risos)
Superstição
“No ginásio dos Jogos Olímpicos tem uma escada para subirmos no tatame. Tenho a mania de sempre pisar com o pé direito e depois saltar. Dizem que a energia que você põe para baixo volta para cima, então eu salto bem forte e me sinto pronta.”
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 00h30.