Ao observar o visual dos baianos, a figurinista Helena Gastal e o caracterizador Fernando Torquatto perceberam o quanto eles têm autoestima e liberdade para se produzirem da maneira que desejam, mostrando sua verdadeira personalidade. Por isso, o figurino e a caracterização de cada personagem de Segundo Sol se diferencia bastante um do outro, conferindo um estilo que traduz de forma bem particular o jeito de ser de cada um. Nas mulheres da trama, essa diferenciação é mais evidente. “Criamos visuais bem reais e interessantes, que trazem a força da mulher, a feminilidade. Cada personagem transita na sua vibração através do figurino e da caracterização”, explica Fernando Torquatto.
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Na primeira fase, a equipe decidiu não ousar no visual da protagonista Luzia (Giovanna Antonelli), já que a personagem é uma marisqueira simples, que vive na beira da praia. Em compensação, para as cenas da segunda fase, que começa na segunda semana de exibição da novela, quando Luzia se torna a DJ Ariella, a dupla de profissionais pode deixar toda a imaginação fluir na composição. “Criei um figurino mais “street” para a personagem, porque ela é moderna, vem da Islândia, e também para aproximá-la do universo da filha, que se veste nesse estilo. Mesmo tanto tempo longe uma da outra, elas têm uma identificação que as une”, conta Helena Gastal, referindo-se a Manu, vivida por Luisa Arraes.
Na caracterização, Fernando Torquatto optou por mudar radicalmente o cabelo da personagem, que passa do ondulado comprido em tom castanho para um cabelo descolorido, com pontas bem claras, na altura do ombro. “Aproveitamos a raiz natural da Giovanna e fizemos um degradê de tons, até chegar a um loiro bem branco nas pontas. A finalização do corte é mais bagunçada, para mostrar a vivência dela na Europa, e um estilo mais “cool”, que também tem a ver com o universo musical”, define Torquatto. A maquiagem da personagem também promete ser um diferencial. Ela estará sempre com os olhos pintados com lápis preto por dentro e uma máscara de cílios mais intensa. “Minha intenção é que a maquiagem seja uma marca da Ariella. Esse olho parece meio borrado, com uma pegada rock, e mostra o mistério em torno dela”, revela o caracterizador, que nas unhas optou por um esmalte de tom berinjela. Durante os shows, a personagem vai aparecer com parte do rosto pintado de preto, em linhas geométricas, como recurso para que ninguém a reconheça. “Os traços mais gráficos distraem a referência do rosto e ao mesmo tempo fica bonito”, defende Torquatto.
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A aparência da vilã Karola (Deborah Secco) também vai mudar bastante da primeira para a segunda fase. Ela enriquece durante os anos que vive com Beto Falcão (Emilio Dantas) e passa a usar roupas e acessórios que denotam a sua condição de vida. “No começo da trama, optamos por um figurino que valoriza o corpo lindo que ela tem, e depois as peças também são sexy, mas sofisticadas”, conta Helena Gastal. Já a maquiagem é mais sutil, predominando tons rosados e claros. “Acho que quem olhar para a Karola não pode perceber suas reais intenções, e o visual ajuda nisso”, argumenta Torquatto.
Em Laureta, personagem de Adriana Esteves, as tintas são mais fortes, já que fica mais claro para o espectador os objetivos dela. “Trouxemos para a Laureta um estilo atraente, com muito frescor, dentro do universo cosmopolita baiano. Ela usa uma maquiagem mais sofisticada nos olhos, em tons de marrom com cintilante, e os cílios em destaque para dar um olhar mais poderoso”, define o caracterizador. Ao se vestir, Laureta gosta de cor forte nas roupas e acessórios maiores. “Percebi que os baianos se enfeitam muito, ela vai representar bem essa característica”, conta a figurinista Helena Gastal.
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Entre as personagens mais jovens, o visual de Rochelle (Giovanna Lancellotti) promete se destacar como o mais moderno, combinando com o perfil “digital influencer” da moça. “O cabelo dela tem uma franja comprida, um repicado longo e cheio que é uma grande tendência. O tom é marrom chocolate, a cor de cabelo que está mais na moda na Europa. Na maquiagem, estou usando o violeta que é a cor desse ano”, enaltece Torquatto, que também destaca o cabelo curto de Maura (Nanda Costa) como uma das principais tendências que irá revelar na trama. “Escolhemos o corte “shaggy”, feito em camadas com o fio desconexo, para aliar a praticidade dela na vida de policial com o lado feminino”, explica.
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Para os homens, a equipe escolheu um visual mais tradicional, variando de acordo com o estilo de vida de cada um. Na segunda fase, Beto Falcão está rico e isso fica claro no corte de cabelo e nas roupas, mas sempre com um tom mais despojado. “Ele tem alma de músico, não combinaria um estilo arrumadinho. Ele usa muita camisa de linho e camisetas de malha, mas com menos cor que no início da trama, onde apostamos bastante em roupas com a técnica de tingimento “tie dye”, que deixa os tecidos manchados e confere um ar mais hippie”, explica Helena Gastal. Enquanto Beto ainda vive a carreira de cantor, ele aparece usando dreads no cabelo e barba. Quando vai se esconder na fictícia Boiporã, está de cara limpa e cabelo curto. Passados 18 anos, ele vai ostentar alguns fios branco nos cabelos, que estarão um pouco mais desalinhados. “A Karola tem um visual muito gráfico, então optamos por deixar o Beto com um pouco mais de desalinho”, ressalta Torquatto.
O personagem masculino de visual mais clássico é Edgar (Caco Ciocler), que usa muita camisa polo e de tecido e não muda o estilo com o passar dos anos. O cabelo é curtinho, arrumado. Já Roberval (Fabrício Boliveira), que começa a trama como motorista usando uniforme e tranças no cabelo, volta milionário vestindo ternos que prometem se destacar. “Os ternos são de modelagem “fit”, a última moda. Ele tem de diversos tons. É o personagem mais sofisticado”, revela Helena Gastal.
Entre os rapazes, o figurino de Ícaro (Chay Suede) evidencia seu lado rebelde. “Ele usa a calça com cueca aparecendo, camisa regata, uma coisa bem street mesmo”, conta Helena. Valentim (Danilo Mesquita) segue a linha chique e despojada do pai, Beto Falcão.
Um tipo que se destoa de todos pela originalidade é o islandês Groa (André Dias), que usa roupas mais coloridas, com estampas, acessórios, como pulseiras e anéis, e cabelo comprido e barba. Para compor o personagem, Helena e Torquatto pesquisaram bastante. “Observamos as pessoas que transitam no universo sensorial, espiritual, aquelas pessoas que tem uma “vibe” hippie eterna. Ele é um cara com essa energia, ao mesmo tempo que é real, é um pouco etéreo. É daquelas pessoas que todos param para ouvir o que tem a dizer. Parece um profeta”, analisa Torquatto.