Uma das mais promissoras marcas brasileiras de automóveis não resistiu a concorrência com a FIAT
Talvez se você for mais antigo, nascido até os anos 90, ou se após isso algum familiar seu te contou, talvez você se lembre de uma montadora famosa que deixou o brasileiro triste após decretar fim por não vencer a Fiat.
Essa marca prometeu revolucionar o mercado automotivo com os famosos carros elétricos, na época era uma invenção maluca mas talvez hoje em dia a montadora fizesse sucesso.
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A Gurgel talvez tenha sido uma das mais famosas montadoras brasileiras com fabricação 100% nacional, prometeu revolucionar o mercado, chegou a fazer propaganda até no Silvio Santos, mas infelizmente faliu.
COMO NASCEU E COMO ACABOU O GURGEL?
Em 1º de setembro de 1969, engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel teve uma ideia que após mais de 50 anos voltaria a ser vista no mercado automotivo.
Ainda na década de 1980, a Gurgel desenvolveu e produziu algumas unidades do furgão Itaipu E-400, o primeiro carro elétrico produzido no Brasil.
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Com redução de gás carbônico na atmosfera e ainda prometendo uma redução no gasto com combustível, nascia ai o primeiro elétrico 100% brasileiro.
Segundo matéria da AutoMaisTV, a montadora ainda ficou bastante conhecida por seus carros construídos em fibra de vidro e com o lançamento do BR800 em 1988, a Gurgel tinha um compacto interessante para os grandes centros.
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Quatro anos depois, surgiu o Supermini, proposta de um subcompacto que tinha motor 0.8 que desenvolvia 36 cv, além dos clássicos jipes X-12 e Carajás.
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O sucesso da Gurgel à época levou até um de seus modelos às telas do cinema. O Gurgel X-15 aparece no filme “Os Trapalhões e o Rei do Futebol”, com a participação de Pelé.
No entanto, na década de 1990 o Governo Federal reduziu a alíquota do IPI para carros 1.0 o que fez com que o Gurgel passasse a concorrer com os populares da Fiat, Volkswagen, Chevrolet e Ford, fazendo com que eles perdessem mercado.
Segundo o UOL, a pressão das fabricantes sobre fornecedores contra o compartilhamento de peças com a Gurgel e atrasos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para repassar recursos aprovados para a construção de uma nova fábrica também contribuíram para a derrocada da empresa.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2001, Fernando do Amaral Gurgel, filho do empresário João Augusto Gurgel, falecido em 2009, também culpou os governos do Ceará e de São Paulo.
Ele alegou que houve ‘traição’ por parte dos ex-governadores Ciro Gomes (PDT, na época PSDB), do Ceará, e Luiz Antônio Fleury Filho, de São Paulo, falecido no ano passado.
Nessa matéria, publicada exatamente dia 28 de janeiro de 2001, diz que o acordo previa a construção da Gurgel do Nordeste, uma fábrica de motores, câmbios e peças motrizes, em Fortaleza (CE).
“Firmamos o acordo e por conta disso conseguimos empréstimos no Banespa e no BEC (Banco do Estado do Ceará). Compramos maquinário da Citroën, fizemos um prédio e depois os acordos começaram a ser rompidos pelos governos”, disse Fernando.
Segundo uma ação judicial da Gurgel, a “colaboração irrestrita afirmada no protocolo de intenções cessou com a assinatura do documento e os discursos políticos nele baseados”. “O rompimento do acordo é o ponto de partida da falência da Gurgel”, diz a matéria.
Ciro Gomes, Governador do Ceará na época diz que não se sente culpado pela falência da Gurgel: “A história contada por eles (família Gurgel) é sempre essa. O que não contam é que tomaram um empréstimo em nossos bancos e não pagaram”, disse Ciro.
Segundo ele, a primeira medida do acordo era um empréstimo de US$ 3,5 milhões do BNB (Banco do Nordeste Brasileiro), avalizado pelo BEC. “A dívida não foi quitada e sobrou para o Estado. Então rompemos o acordo”.