Anvisa surpreende ao ordenar retirada emergencial de famoso produto, que compete diretamente com a Coca-Cola, após a morte de uma adolescente
A proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de um concorrente direto da Coca-Cola gerou um impacto significativo no mercado.
O produto, que vinha ganhando popularidade rapidamente, foi retirado das prateleiras de forma abrupta após a agência identificar potenciais riscos à saúde pública.
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Acontece que o O energético Monster Energy, que foi alvo de uma investigação pela agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), ao ser associado à morte de uma adolescente de 14 anos nos Estados Unidos, em dezembro de 2011, o que despertou preocupações regulatórias.
Como o produto também era comercializado no Brasil, a ANVISA reagiu rapidamente, ordenando sua retirada imediata dos mercados brasileiros.
Apesar de o Monster Energy estar à venda no Brasil desde abril de 2010, Frederico Aniya, diretor-geral de operações da empresa no país na época, afirmou ao portal G1 que não houve registros de incidentes semelhantes em território nacional.
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Detalhes do caso
O energético Monster Energy foi investigado pela agência Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos após a morte de Anais Fournier, uma menina de 14 anos, em dezembro de 2011.
Anais consumiu duas latas de 24 onças de Monster Energy em um período de 24 horas, o que resultou em uma parada cardíaca. De acordo com a CBS News a autópsia concluiu que a causa da morte foi uma arritmia cardíaca devido à toxicidade da cafeína.
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A investigação da FDA começou em 2012, quando surgiram relatos de cinco mortes e um ataque cardíaco não fatal associados ao consumo de bebidas energéticas Monster.
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A agência destacou que esses relatos não provavam necessariamente que as bebidas causaram as mortes ou lesões, mas que todas as alegações eram levadas a sério e investigadas diligentemente.
Os pais de Anais Fournier entraram com uma ação judicial por morte por negligência contra a Monster Beverage Corp. em outubro de 2012.
Eles alegaram que a empresa não alertou adequadamente sobre os riscos de consumir grandes quantidades de cafeína, especialmente para pessoas com condições médicas preexistentes.
A Monster Beverage Corp. respondeu afirmando que não estava ciente de nenhuma fatalidade causada por seus produtos e que suas bebidas eram seguras quando consumidas conforme indicado.
Resposta da empresa
Em março de 2013, a Monster Beverage Corp. contestou a ação judicial, argumentando que a morte de Anais foi causada por suas condições cardíacas preexistentes e não pela cafeína.
A empresa contratou uma equipe de médicos para revisar os registros médicos de Anais, que concluíram que a cafeína não foi um fator determinante na morte dela.
A controvérsia em torno das bebidas energéticas Monster levou a um aumento na fiscalização e regulamentação desses produtos.
Em uma nota oficial em inglês também enviada ao G1, a Monster Beverage Corporation, empresa responsável pela fabricação da bebida, respondeu que os produtos não foram responsáveis pela morte da jovem.
“A empresa monitora as mensagens de consumidores que recebe e não está ciente de nenhuma fatalidade em nenhum lugar que tenha sido causada por seus produtos, e nunca antes foi objeto de algum tipo de ação judicial desta natureza”, declarou a Monster Beverage Corporation, na nota.
Em resposta às preocupações, a Monster Beverage Corp. mudou a rotulagem de suas bebidas para incluir avisos mais claros sobre os riscos de consumo excessivo de cafeína, especialmente para crianças e pessoas sensíveis à cafeína.
Situação atual
Apesar das mudanças, a popularidade das bebidas energéticas continuou a crescer. Em 2012, as vendas de bebidas energéticas aumentaram quase 17%, com a Monster Energy detendo uma participação de mercado de 35%.
A empresa continuou a expandir sua presença no mercado, apesar das controvérsias e investigações em andamento.
Após investigações e concluindo que não houve outros casos semelhantes no Brasil, a bebida voltou para as prateleiras dos mercados e atualmente é comercializada normalmente.
Vale destacar que cada lata do energético Monster Energy Drink possui cafeína equivalente a sete vezes à presente em uma lata de refrigerante de Cola-Cola.
Como fazer uma denúncia para a Anvisa?
Para fazer uma denúncia à Anvisa, você pode acessar a plataforma Fala.BR, utilizar a Ouvidoria da Anvisa no site oficial, ligar para o telefone 0800-642-9782, ou fazer a denúncia pessoalmente na sede da Anvisa em Brasília.
Certifique-se de fornecer detalhes completos sobre a situação, incluindo local, data e descrição do problema.