Murilo Benício lança filme e faz desabafo sobre intolerância no Brasil
21/10/2017 às 20h48
O ator e diretor Murilo Benício lançou o filme “O Beijo no Asfalto”, baseado na obra de Nelson Rodrigues, um texto de 1960, mas que se torna atual por tratar da intolerância no Brasil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em conversa com o UOL, Murilo disse que quando decidiu adaptar a obra, não imaginou que ela estaria tão atual, mesmo após mais de 50 anos.
+Após notícias de casamento, Anitta é flagrada com o namorado em clique raro
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Eu cogitei, antes de rodar o filme em 2015, se não era ultrapassado. Mas ainda mais agora, com tudo que a gente tem ouvido falar, vimos que é um filme moderno”, disse ele.
Na história, Arandir, que é interpretado por Lázaro Ramos, encontra um homem aagonizando após ser atropelado e atende seu último pedido: um beijo na boca. Um repórter sensacionalista e e um delegado mal-intencionado assistem a cena e disseminam a falsa notícia de que os dois são amantes e a vida de Arandir e sua família começa a mudar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Parece que a sociedade anda em looping. Volta e meia a gente está rediscutindo as mesmas e velhas questões idiotas e ultrapassadas que não devíamos nem mais prestar atenção”, disse ele. “E a gente está aí, debruçado, quase de frente para uma nova ditadura”, continua ele. “É uma coisa absurda. A gente tem a Fernandona [Montenegro] falando da época em que fazia essa peça, em que gente da plateia levantava e falava: ‘Protesto em nome da família brasileira!’. Isso não era nem 1970, acho, e a gente está em 2017 vivendo isso. Então, é uma coincidência boa para o filme, mas muito infeliz para a nossa história como sociedade”, acredita.
No longa, Débora Falabella interpreta Selminha, esposa de Arandir e falou sobre a abordagem do filme: O filme tem, além da história original do Nelson, as rodas de leitura, onde a gente tem o Amir Haddad (diretor de teatro) e a Fernanda Montenegro falando sobre como o texto foi montado naquela época, e eles falam de censura. Eu falo que os grandes autores têm esse poder de continuar com os textos muito atuais, acho que o Nelson é um desses. Esse filme foi feito em 2015, então eu vi muito, e vi de novo outro dia e fiquei impressionada. Pensei: ‘Nossa, parece que a gente está falando de agora’”.
LEIA TAMBÉM:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● 71B na mesa e liberado pelo Banco Central: Fim de banco nº1 dos brasileiros após ser engolido pelo Santander
● “Encerrou suas atividades”: Fim de serviço vital da Drogaria São Paulo em SP chega por motivo alarmante
● Carta psicografada de filho de Christiane Torloni morto tragicamente é divulgada em canal e traz recado à mãe
Autor(a):
Aloizio Júnior
Aloizio Júnior ingressou na faculdade de Direito, mas é encantado por Medicina e hoje em dia é um vestibulando. Falar sobre TV sempre foi um hobby e faz isso desde 2008. Atento sobre todas as novidades no mundo da TV, entrou para a equipe do TV Foco em agosto de 2012.