Na TV lembramos Maquiavel, onde os fins justificam os meios

22/08/2013 às 10h20

Por: Cleomar Santos
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se cultura desse audiência, emissoras como a própria Cultura não estariam com 1 ponto

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Diabo de povo que faz uma rede baixar o nível de sua programação, falou para mim um telespectador em um restaurante nesta quarta. Na tela víamos o Balanço Geral, onde toda tecnologia de câmeras, todo o estudo do jornalista, toda a empatia do apresentador estavam sendo usadas para mostrar o mundo cão. 

Imediatamente veio aquela ânsia primeva de salvar nossa pele. Pensei em alegar que são as redes as responsáveis pelo povo assistir este tipo de programa. Que Globo, Record, SBT são os culpados, mas surgiu aquela vozinha dona da sinceridade, que sempre bate na porta da nossa consciência, dizendo: se cultura desse audiência, emissoras como a própria Cultura não estariam com 1 ponto, redes como Manchete e JB não teriam sumido do mercado; programas perfeitos, roteirizados por Marcelo Tas, como Telecurso de Ensino Médio, não estariam mofando em redes como Futura ou em horários inférteis das madrugadas, onde bispos costumam espantar demônios. 

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E a voz não calava! Perguntou: que programa estava passando na Rede Brasil, do governo, que deveria ser cultural, neste domingo? Lembrei ter visto o verdejante gramado de um estádio. O futebol rolava solto. Imediatamente veio outra lembrança, quando empossado, o diretor da TV Educativa do Rio Grande do Sul, Bibo Nunes, escalou futebol para atrair o público. O que deveria ser feito por um belo documentário, ou uma série histórica, foi substituído pelo ópio. 

Isso não é sinal dos tempos. Na década de 50, a Rádio Guaíba de Porto Alegre, tão famosa por seus esforços para levar informação, ganhou reconhecimento pelas transmissões esportivas. Jornalismo decente e conhecimento não pagam contas, dizia o responsável pela programação, Flávio Alcaraz Gomes, este, aliás, também  tirou do túmulo outra grande rede de rádio, a Gaúcha, na década de 70, usando como base o mesmo pensamento. Primeiro devemos atrair o público e isso não se faz com estes dois itens. 

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Diabo de povo que faz uma rede baixar o nível de programação – disse, concordando.

taligado!

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Texto sob responsabilidade de Cleomar Santos

Autor(a):

Colunista do TV Foco desde fevereiro de 2011. Acesse o perfil deste colunista no link abaixo:

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