No geral, “A Regra do Jogo” se despede com mais erros do que acertos

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logo a regra

Folhetim chega ao fim com balanço negativo (Foto: Divulgação/Globo)

Após dois grandes sucessos no horário das 21h, “A Favorita” (2008) e “Avenida Brasil” (2012), o autor João Emanuel Carneiro (com sua equipe) não conseguiu produzir um folhetim à altura daqueles em termos de qualidade. “A Regra do Jogo” se despede nesta sexta-feira (11) com mais erros do que acertos.

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Ao longo da exibição da trama, vários erros ficaram em evidência. A princípio, destaca-se a dubiedade dos personagens, que deixou a novela complexa para o grande público no começo. Outro ponto trata-se do número excessivo de atores, o que fez muitos deles tornarem-se subaproveitados com seus personagens.

Salienta-se também a questão das tramas paralelas desnecessárias e chatas, como exemplos, a de Domingas (Maeve Jinkings) e o marido Juca (Osvaldo Mil), a qual não desenvolveu o tema social da violência contra a mulher, e ainda interligou-se com a trama sem noção de César (Carmo Dalla Vecchia) e a esposa. Teve ainda a trama chatíssima de Merlô (Juliano Cazarré) e as mandadas, bem como a “trama sem comentários” da troca dos casais, com Indira (Cris Vianna), Oziel (Fabio Lago), Tina (Monique Alfradique) e Rui (Bruno Mazzeo).

Embate entre as personagens de Cássia Kis e Susana Vieira prometia nas chamadas (Foto: Divulgação/Globo)

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Além disso, vários personagens que prometiam muito pelas chamadas de divulgação, não cumpriram durante a novela. A sensação é que o autor criou bons personagens, mas que eles se perderam completamente em histórias simplórias. Caso mais destacado nesse quesito é o da personagem Adisabeba, de Susana Vieira. A poderosa dona do Morro virou mera inquilina em meio à história toda.

Outros personagens foram vítimas da “burrice”. Dante (Marco Pigossi), policial investigador, não descobriu quase nada durante toda a novela. Enquanto isso, Tóia (Vanessa Giácomo) foi 99% ingênua e 1% esperta. Inclusive, foi uma protagonista bem apagadinha, nem apareceu no penúltimo capítulo do folhetim, por exemplo.

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Puxando mais para o lado da diretora Amora Mautner, qual diferença fez a caixa cênica? Com intuito de inovar a forma de gravar as atuações e mostrar cenas mais orgânicas, como nos realities, a caixa cênica, na prática, não surtiu efeito notório.

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Todos os capítulos da trama receberam títulos (Foto: Divulgação/Globo)

Em contraponto, a novela de JEC, obviamente, teve seus acertos. A ideia de titular os capítulos foi interessante, e serviu para atiçar a curiosidade do telespectador; a trama principal do folhetim, a facção, foi um grande acerto, provando que o tema policial, sendo bem retratado, ganha retorno positivo; além disso, o contexto e as entranhas da facção foram diariamente vinculados à realidade do país, ponto positivo para a repercussão da trama.

Por último, é importante destacar as atuações impecáveis de Cássia Kis (Djanira), José de Abreu (Gibson), Tony Ramos (Zé Maria), Giovanna Antonelli (Atena), Tonico Pereira (Ascânio), Deborah Evelyn (Kiki), Bárbara Paz (Nelita), Renata Sorrah (Nora) e Alexandre Nero (Romero). Literalmente, roubaram as cenas.

Em suma, JEC e a equipe, desta vez, não ditaram com maestria as regras do jogo.

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Autor(a):

Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: danyllo@otvfoco.com.br)

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