No programa Encontro, Erika Januza faz desabafo sobre racismo
19/12/2018 às 21h25
No último domingo, aconteceu a final do Dança dos Famosos, onde Léo Jaime levou a melhor com sua professora Larissa Parison. Erika Januza foi a vice-campeã da disputa e caiu em prantos. Nesta terça-feira, 18 de dezembro, ela foi uma das convidadas do programa Encontro e falou sobre racismo.
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“Se você deixar se abalar pelos outros, está perdido, porque é muita coisa negativa que vem”, desabafou a Erika em conversa com Fátima Bernardes.
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Léo Jaime falou das críticas e salientou que a colega foi vítima de racismo. “O [tanto que] zoaram principalmente a Erika em redes sociais, à mim e à Dani, também… Chegamos na final por mérito. Mas tivemos que lidar com muita crítica pesada. Ofensas. No caso da Erika, crime”, disse Leo Jaime.
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APÓS ATAQUES, ERIKA JANUZA DESABAFA
Erika Januza, de 33 anos, que ficou famosa pelo papel da juíza Raquel na novela O Outro Lado do Paraíso e que participou recentemente da Dança dos Famosos na Globo, resolveu vir a público e revelar que vem sofrendo ataques racistas.
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Nesta segunda-feira (29) a atriz publicou um vídeo no Instagram dela onde relatou os duros e criminosos ataques que vem recebendo. Segundo Erika Januza uma internauta chamada Amanda Souza republicou uma foto sua dizendo: “Eu odeio a Erika Januza quem acha ela feia e fedida curti e comenta (sic)”. O post, assim como o perfil da mulher, foram deletados do Instagram.
No vídeo em que postou nas redes sociais, Erika Januza desabafou: “Não falo disso o tempo todo, pois acho que o respeito é o mínimo que devemos aos nossos semelhantes. Mas hoje é um dia diferente, depois de uma postagem de meu amigo @caiopaduan que me defendeu como sempre e agradeço muito, uma moça resolveu também deixar sua máscara cair e postou uma foto minha em sua rede social dizendo o quanto me odiava, além de fazer um comentário que infelizmente se faz mais presente a cada dia. Está aí nas fotos do meu post. O fato não é me incomodar especificamente com a moça ou com o post. É por um motivo maior. Eu vejo que quando se ataca um negro pelo simples fato de ser, você atacou todo um grupo”, disse Erika Januza, que continuou:
“EU vejo assim. Um amigo me perguntou como eu estava, pois essas coisa mexem muito com o psicológico. Respondi: meu psicológico está calejado. Sou negra há 30 anos! A cada dia um novo desafio. Nao falo só por mim mas o cansaço é por ver coisas desse tipo todos os dias, com as mais diversas pessoas. Com todos os irmãos, pessoas de bem, homossexuais ou quem quer que seja que sofre algum tipo de preconceito. Só quem passa sabe, só quem ouve, lê, sente um olhar atravessado, sente alguém segurando mais forte a bolsa, te confunde com o funcionário da loja, enfim… são inúmeras as situações que podemos viver em nosso dia a dia. O fato de ser uma atriz ainda me proteje, um pouco, já que as pessoas me reconhecem, ou gostam de algum trabalho: aquela negra… é atriz. E aquela doméstica? E aquela gari? E aquela enfermeira? E aquela Advogada? SOMOS PESSOAS. Merecemos respeito. Estamos em uma nação onde mais da metade é composta por negros e com certeza tem um pouco de nós em todos O sangue em suas veias ou em alguma construção aí pela cidade. Fomos à base do trabalho de construção de muita coisa neste país as custas de muito sofrimento. Um dia ouvi de uma pessoa muito “importante”, não dá mais pra limpar o sangue do brasileiro. É!!! As pessoas dizem coisas assim. E ainda dizem que racismo é Mimimi. Esta doença está aí, latente. Às vezes oculta, mas latente. Eu não baixo minha cabeça. Me entristece, mas não me derruba. Representatividade! É necessária! Sigamos, firmes, fortes, corajosos”, disse a atriz Erika Januza.
“O sentimento é de tristeza e de cansaço. Toda vez que isso acontece, me pergunto até quando seremos alvo de ataques, até quando teremos que falar em respeito. Alguns ainda acham que é o tal do Mimimi”, desabafou a atriz da Globo ao site da revista “Glamour”.