Rei dos domingos da Globo, Faustão já chegou a comandar especial da virada de ano na emissora
Atualmente, o fim de ano da Globo divide opiniões. Enquanto alguns torcem o nariz para o fato da maioria dos programas entrarem de férias e exibirem reprises ou atrações gravadas nesse período, outros celebram a possibilidade de acompanhar alguns especiais, mesmo que as propostas sejam basicamente mesmas.
Em 1991, no entanto, a Globo tratou de lançar uma novidade e com um rosto já conhecido do público. Para celebrar o Réveillon daquele ano, a emissora carioca surpreendeu ao produzir o Réveillon do Faustão, um especial comandado por Fausto Silva.
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Em 31 de dezembro de 91, a Globo reuniu, no Réveillon do Faustão, boa parte do seu elenco no extinto Teatro Fênix, no Rio. O cantor José Augusto, a dupla Chitãozinho e Xororó e estrelas como Renato Aragão, Hortência, Tony Ramos e Fernanda Montenegro, estiveram entre os convidados do especial.
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Para entreter o público que aguardava a virada de ano, o Réveillon do Faustão apostou em uma espécie de “retrospectiva” com os melhores momentos de novelas e programas da Globo naquele ano, além das tradicionais vídeocassetadas.
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Na contagem regressiva para o ano novo, puxada por Faustão, várias bailarinas realizaram uma coreografia no palco. E logo após o fim da contagem, foi exibido um clipe bem humorado (que pode até soar bizarro para os dias de hoje), com sacos com balões brancos que explodiam, com palavras como “inflação”, “aluguel” e “impostos”, como uma espécie de simbolismo e desejos para que o público pudesse se livrar disso em 1992. O clipe era intercalado com imagens dos artistas da emissora, no palco, cumprimentando-se e celebrando a virada de ano. O programa ficou no ar das 23h à 1h.
GAROTA MOLHADA
A Globo gostou da ideia de ter o Réveillon do Faustão como opção de especial para vidrada do ano, e repetiu a dose no fim de 1992. O formato permaneceu praticamente o mesmo, contando com as vídeocassetadas e a participação de grandes estrelas da época.
A novidade foi a inclusão de um quadro, intitulado Fala Brasil, que trazia mensagens do público. Porém, o que mais chamou atenção nessa edição do especial, foi um concurso quase vulgar, com mulheres seminuas no palco, em pleno Réveillon.
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Em uma época em que a TV ainda era livre do chamado politicamente correto, o Réveillon do Faustão não teve muito pudor ao lançar o “Concurso Garota Molhado”, com meninas que desfilavam molhadas e com pouca roupa pelo palco do programa, deixando os seios parcialmente visíveis. As garotas eram julgadas por integrantes do Casseta & Planeta, além de alguns strippers que participavam da novela De Corpo e Alma na época.
Essa ideia de contar com garotas molhadas em palcos de programas de auditório, aliás, tornou-se mania na televisão brasileira nos anos 1990, como uma forma das atrações apelarem para a sexualidade em busca de audiência.
Cinco anos mais tarde, o próprio Faustão perderia a mão e provocaria uma das maiores polêmicas da história da televisão com o famoso “sushi erótico”, que também trazia mulheres seminuas para o palco do seu programa, em pleno horário nobre.
FAUSTÃO EM DOSE DUPLA
O Réveillon do Faustão ganhou mais quatro edições, sendo exibido pela última vez em 31 de dezembro de 1996, com essa última edição, aliás, sendo a única gravada nos estúdios do Projac, inaugurados um ano antes.
Um detalhe é que a edição de 1995 caiu justamente em um domingo, fazendo com que Faustão aparecesse em dose dupla na TV, uma vez que o apresentador já comandava o Domingão do Faustão aos domingos. O especial, então, que chegou a contar com a participação do grupo Mamonas Assassinas, foi mais curto, com apenas 45 minutos de duração.
Já em 1997, a Globo decidiu fazer algo diferente no Réveillon, produzindo um especial do Vídeo Show, além do Pagode Globeleza, um programa musical.
O Show da Virada, com cobertura ao vivo do Réveillon pelo Brasil e os musicais, que permanece na programação da emissora até hoje, foi realizado pela primeira vez apenas em 31 de dezembro de 1998.
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A primeira edição teve direção geral de Boninho e foi comandada por Zeca Camargo e Renata Ciribelli, diretamente do terraço de um hotel em Copacabana.