Amores arrebatadores, poder, intrigas, paixões, ciúmes e desilusões. Elementos de uma novela que, para o público em geral, pulsam e se dissipam no on–off da TV. Mas em ‘Nada Será Como Antes’ da TV Globo a ficção acompanha tão intimamente a realidade de algumas pessoas que elas precisam reinventar a vida real. A série de Guel Arraes e Jorge Furtado, escrita por Guel Arraes, Jorge Furtado e João Falcão e direção artística de José Luiz Villamarim, narra o drama romântico de Saulo (Murilo Benício) e Verônica (Débora Falabella), entremeado por outras histórias que também se passam nos bastidores da implementação da primeira tevê no Brasil. “Saulo é um jovem empreendedor, um visionário, que trabalha com venda de rádios e se apaixona perdidamente pela locutora de uma rádio do interior, a Verônica. Falamos sobre a transformação desse casal que acompanha a transformação dos meios de comunicação do país”, conta Guel Arraes.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Tendo como ponto de partida o seu extraordinário talento para farejar os desejos humanos, Saulo, de mero vendedor de rádio, inaugura a sua TV Guanabara, consagrando a novela uma paixão nacional. Isso quando nem o mais otimista dos visionários previa o acesso maciço das pessoas aos aparelhos de TV. Mas esse mesmo homem que constrói, do nada, uma fábrica de sonhos, não é capaz de realizar o mais simples e pessoal desejo: manter seu casamento com Verônica, seu grande amor. Ao lado de Saulo, Verônica se torna a grande estrela das telenovelas. Mas é quando os holofotes se apagam que ela mostra sua real grandeza, rompendo com os papeis da vida real que a sociedade tenta lhe impor. “O interessante é que muitos paralelos podem ser feitos com os dias de hoje. Percebemos onde evoluímos ou não, em termos de costumes e pensamentos”, destaca João Falcão.
Apesar de se passar por volta da década de 1950, a série não tem caráter documental. “A televisão é uma subtrama, um charme. Tem algumas informações, algumas curiosidades dos bastidores do início da televisão no Brasil, mas o drama pessoal, a história dos personagens é o foco principal”, reforça Jorge Furtado. Para dar forma ao roteiro, o diretor José Luiz Villamarim optou por uma linguagem contemporânea: “Na hora de filmar uma época, geralmente existe muito respeito. O ator já tem um jeito de sentar, a câmera está mais comportada, essa é a primeira leitura. Pedi, então, que desconstruíssemos um pouco isso. Filmamos com uma câmera solta, muito mais dentro da cena”, revela.
A história
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Entre meados da década de 1940 e fins dos anos 1950, o país e o mundo passam por total transformação. É o momento em que surge a televisão, a bossa nova, o cinema novo, Brasília é inaugurada, o Brasil é campeão do mundo pela primeira vez e o foguete Sputinik é lançado ao céu. Outra mudança, dentre as mais importantes desse período, é a do papel da mulher na sociedade. Subjugadas, até então, aos papeis impostos pela sociedade, elas passam a se posicionar como cidadãs autônomas e independentes.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● Falência de órgãos: Atriz da Globo morta tem testamento aberto e deixa fortuna para veterano da emissora
● Globo apela após Alma Gêmea e convoca fenômeno jamais reprisado para estrear em canal
● Cantor, desmascarado na Globo, choca ao assumir casamento aos 57 anos com jovem de 15: “Pessoa que eu precisava”
O rádio ainda é o principal meio de comunicação no Brasil e a ideia da chegada da televisão é vista com desconfiança. A possibilidade de falar com o público com o suporte de imagens, além de ser uma ameaça ao antigo veículo, é tratada pelo setor empresarial como uma ousadia destinada ao fracasso.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em meados da década de 1940, Saulo (Murilo Benício) viaja pelo estado do Rio vendendo aparelhos de rádio. Ele conhece Verônica (Débora Falabella), uma locutora de uma estação de rádio do interior e se encanta – primeiro, pela voz da moça, e depois, por sua beleza. Visionário, ele conta a Verônica sobre seu desejo de produzir uma novela e garante que realizará o desejo dela de se tornar atriz.
Uma década se passa, Verônica e Saulo vivem no Rio de Janeiro. Ele já dono de uma emissora de rádio e ela uma atriz reconhecida. Os problemas na vida do casal começam quando Saulo descobre que é estéril e não poderá realizar o desejo da esposa de ser mãe. Ele, então, decide terminar o relacionamento sem revelar o verdadeiro motivo.
Enquanto isso, Saulo segue com o sonho de montar uma estação de tevê e tenta convencer Otaviano Azevedo Gomes (Daniel de Oliveira) a investir em sua ideia. Na noite, Saulo conhece Beatriz (Bruna Marquezine), uma sedutora dançarina e cantora de boate, e decide usá-la como chamariz para convencer Otaviano a acreditar na televisão. Saulo acaba conseguindo fazer com que Otaviano e sua irmã, Júlia (Letícia Colin), apostem em seu sonho, mesmo sem o consentimento de Pompeu (Osmar Prado), o patriarca dos Azevedo Gomes.
Saulo pede a Aristides (Bruno Garcia), seu melhor amigo e roteirista das novelas de sua rádio, que seja feita a adaptação de Anna Karenina para a televisão. A história é produzida com Verônica no papel principal. Mas é Beatriz, que interpreta Kitty, quem realmente chama a atenção do público. E a esta altura, Beatriz, que está se relacionando com Otaviano, acaba se envolvendo também com Júlia, surgindo daí um triângulo amoroso entre a atriz e os dois irmãos.
‘Nada Será Como Antes’ estreia nesta terça-feira, 27 de setembro, e será exibida em 12 episódios, às terças-feiras. A série traz no elenco Murilo Benício, Débora Falabella, Bruna Marquezine, Daniel de Oliveira, Osmar Prado, Cássia Kis, Bruno Garcia, Letícia Collin, Daniel Boaventura e Fabrício Boliveira, entre outros.