O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expôs um novo decreto do Banco Central que afeta todas as poupanças dos bancos, como CAIXA, Itaú e mais, bem como os seus valores investidos
Em julho deste ano de 2024, todos os brasileiros se surpreenderam com uma decisão do COPOM do Banco Central, ao emitir um novo decreto que manteve a Taxa Selic com a redução de 0,25 ponto percentual, passando de 10,75% para 10,50% ao ano.
Por mais que isso seja bom para quem depende de linhas de crédito, para quem investe na poupança isso é uma verdadeira bomba. Até porque, como todo investimentos de renda fixa, ela depende da taxa Selic como principal base para determinar seus rendimentos.
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Ou seja, com esses cortes nos juros é inevitável que tais investimentos passem a render menos. Dentre eles temos também o Tesouro Selic, título público federal que acompanha a taxa básica de juros. Da mesma forma, aplicações que seguem a remuneração do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) rendem menos.
Fora isso, Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, emitiu por meio de um comunicado detalhes a respeito desse decreto que além de não ter animado em nada os poupadores, abalou os principais bancos como a CAIXA, Itaú, Bradesco e outros.
Recado dado
De acordo com o Poder 360, durante uma coletiva de imprensa realizada ainda no dia 13 de agosto de 2024, ao ser questionado sobre uma fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o tema, ele respondeu: “Nem sempre a melhor resposta é aumentar juros, às vezes, é [melhor] manter no patamar restritivo”.
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A fala de Roberto Carlos, cuja qual gerou a resposta do ministro foi a seguinte: “Em relação à possibilidade de subir os juros, ontem, tiveram duas falas de diretores, inclusive diretores apontados por esse governo, dizendo: ‘Olha, nós vamos fazer o que tiver que fazer para a inflação atingir a meta’. E, se tiver de subir os juros, se for necessário, vai ser feito.”
Haddad também afirmou que o BC precisa considerar alguns fatores antes de subir os juros. “A decisão sobre juros impacta os preços em tempo dilatado. Não acontece imediatamente. O Banco Central tem que sopesar muitas variáveis”
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A grande questão nisso tudo é que o Ministro acabou confirmando (de certa forma) que, após esse decreto, não há novas projeções para o aumento na Selic para os próximos dias. Ou seja, quem tem dinheiro na poupança irá continuar vislumbrando o mesmo render por baixo ...
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O que abala os principais bancos, uma vez que a poupança se tornará cada vez menos atraente fazendo com que nomes como o Itaú, CAIXA, Bradesco e outros percam espaço para fintechs, cujas quais oferecem rendimentos bem maiores.
Afinal de contas, se essas taxas continuar a cair ou permanecer em nível baixo, a debandada sofrida pela poupança, cuja qual vem ocorrendo desde 2021, como podem ver através desse link*, pode piorar ainda mais esse cenário para a caderneta.
Opções mais rentáveis
Obviamente que, em meio a essas debandadas, os mesmos “desertores” da poupança estão encontrando alternativas mais rentáveis diante dessa queda brusca nos juros da Selic como:
- LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio);
- CDBs (Certificado de Depósito Bancário);
- LCIs (Letra de Crédito Imobiliário).
- Os 16% maiores sacadores aportaram o equivalente a 52% do valor que sacaram, cerca de R$ 116 bilhões, em outros ativos financeiros.
- Já os LCAs receberam R$ 34 bilhões, o ingresso em CDBs/Recibo de Depósito Bancário (RDBs) foi de cerca de R$ 37 bilhões e em LCIs de quase R$ 17 bilhões.
Segundo levantamentos do próprio BC, houve mudanças consideráveis na composição da carteira de ativos dos maiores sacadores. A participação da poupança caiu de 57% em 2021 para 28% em 2022. Já a fatia de fundos cresceu de 24% para 30% e de CDBS, de 10% para 18%.
O crescimento da participação de LCAs foi de 3% para 10 % e a fatia de LCIs duplicou de 3% para 6%.
A análise ainda mostra que o aumento de desembolsos e eventuais investimentos reais ou aplicações em ativos financeiros não observados, como ações e títulos públicos do Tesouro, explicam de forma secundária a forte redução do saldo da poupança em 2022.
Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Ailton Aquino, o estudo foi um trabalho de fôlego, mas que ainda merece maior aprofundamento.
Aquino afirmou que a fuga da poupança para aplicações mais rentáveis é uma realidade que deve se acentuar com o aumento da competição no sistema financeiro.
Quanto rende um CDB com a nova taxa de juros?
Um CDB com retorno de 100% do CDI rende em torno de 10,40% ao ano, considerando a atual Selic a 10,50% ao ano.
MAS ATENÇÃO! Dos rendimentos deve ser deduzido o Imposto de Renda, que é de 17,5% para uma aplicação que fica durante 365 dias (porque a alíquota do IR vai diminuindo quanto mais tempo o dinheiro fica aplicado).
Segundo o portal Remessa Online, na tabela o rendimento do investimento após um ano de aplicação no CDB, considerando a taxa mensal de junho de 2024, 0,83%, os valores ficariam assim:
(ATENÇÃO! ESSES DADOS SÃO APENAS PROJEÇÕES BASEADOS EM TAXA DE JUROS ENTRE OUTROS FATORES QUE PODEM MUDAR FREQUENTEMENTE)