Uma das redes mais amadas em supermercado do país, cuja qual teve seu maior Boom nos anos 2000, entregou “de bandeja” suas unidades ao Carrefour, que após a transação distribuiu o que sobrou da mesma entre suas principais bandeiras
Como foi dito em matérias anteriores, o setor varejista é repletos de reviravoltas capazes de surpreender qualquer um. Também pudera, ao longo de todos esses anos, muitas movimentações sacudiram o mercado financeiro e virou até pauta entre os principais veículos de informação.
Inclusive, em meados de julho de 2023, o que sobrou de uma das maiores e mais famosas redes de supermercado acabou sendo entregue de “bandeja” ao Grupo Carrefour, após a francesa desembolsar um valor milionário.
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Estamos falando da popular rede Big Hipermercados, do Grupo Big, cuja qual permaneceu no Brasil por anos a fio e teve seu grande BOOM nos anos 2000.
A rede era tão reconhecida que se tornou uma das primeiras opções dos consumidores na hora de fazer suas compras, visto que eram atraídos pelo preço baixo e ofertas arrasadoras que só a rede oferecia.
Após essa transação, o grupo francês passou a distribuir fatias delas entre as suas outras principais bandeiras como o Atacadão e o Sam’s Clube.
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Apenas para contextualizar, de acordo com o Metrópoles, 76 lojas foram para o Atacadão, outras 48 para o Carrefour e 5 para o Sam’s Club.
A origem
Para quem não sabe, o Grupo Big surgiu a partir da abertura do primeiro Sam’s Club no país, pela rede Walmart, ainda no ano de 1995. Em seguida, eles abriram a primeira loja focada no segmento de hipermercados na cidade de Osasco, Região Metropolitana de São Paulo, que posteriormente se tornaria a rede Big Hipermercados.
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Foi aí que a rede deu inicio a sua expansão pela região Sudeste nos anos que se sucederam, tendo seu maior auge nos anos 2000, conforme dito acima.
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Segundo informações coletadas na Wiki, em março do ano de 2004, a rede americana também adquiriu a rede Bompreço, de propriedade do holandês Royal Ahold, por 300 milhões de dólares.
Já no fim de 2005, o grupo comprou a operação de varejo do Sonae no Brasil, cuja aquisição englobou as marcas BIG, Mercadorama*, Nacional e Maxxi, como podem conferir através desse link*
A transação custou aos cofres do grupo americano o valor de R$ 1,7 bilhão. Na época, o Sonae tinha 135 lojas, espalhadas nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, com um faturamento bruto da ordem de R$ 4,33 bilhões.
Já no fim do ano de 2016, a matriz norte-americana sinalizou que poderia incluir o Brasil em seu plano de desinvestimentos e a filial brasileira amargou prejuízos por 7 dos 10 anos anteriores.
Dificuldades no caminho
Apesar do sucesso estrondoso, alguns problemas estruturais passaram a ocorrer na empresa devido a falta de adaptação do sistema de hierarquia imposto pela matriz ao mercado brasileiro, além da dificuldade apontada pelo tributário do país que como muitos sabem é bem burocrática.
Fora isso, um outro erro do grupo, segundo especialistas, foi a demora em absorver a identidade das marcas regionais adquiridas:
- Bompreço: no ano de 2004;
- Sonae: no ano de 2005.
Isso sem mencionar o alto investimento que o grupo fez em hipermercados em meio a um cenário em que os atacarejos começavam a se fortalecer cada vez mais.
Em junho de 2018, a rede acabou sendo vendida para a empresa de Private Equity Advent. Na ocasião, a matriz norte-americana ainda possuía uma participação minoritária de 20% na nova empresa. No segundo trimestre de 2018, a rede americana relatou prejuízos com a operação brasileira da ordem de US$ 4,5 bilhões.
Posteriormente, foi noticiado que a aquisição da filial brasileira não teve custo algum, com o Advent se comprometendo a investir cerca de R$ 2 bilhões na recém adquirida operação.
Em agosto do ano de 2019, com dificuldades na gestão do Walmart Brasil, o novo controlador da rede, a Advent, começou a considerar a extinção do nome Walmart. A justificativa eram os royalties, de 0,7%, que o novo controlador teria de pagar ao grupo norte-americano pela utilização de suas marcas.
Mais à frente, a empresa confirmou que o nome Walmart Brasil seria abandonado e substituído de vez pelo nome BIG.
Outra justificativa, além dos royalties, era o vínculo afetivo com o consumidor do sul (com a marca BIG) e do Nordeste (com a marca Bompreço, posteriormente renomeada para BIG Bompreço).
O grupo ainda continuou operando a marca Sam’s Club, desta vez pagando royalties menores.
Tudo para o Carrefour …
De acordo com o G1, foi em meados de março de 2021 que os donos dos grupos Advent e Walmart informaram sobre o acordo com o Carrefour Brasil para venda da operação do Big que custou a quantia de R$ 7,5 bilhões.
A aquisição foi paga em 70% em dinheiro, com o Carrefour adiantando R$ 900 milhões no ato da assinatura, e 30% em ações da rede francesa. Com isso, tanto o Walmart como o Advent se tornaram sócios minoritários no Grupo Carrefour Brasil, em uma participação próxima de 5,6% no capital.
Em meio a uma apresentação feira ao setor, o Carrefour Brasil destacou que a compra do BIG era para complementar a sua atuação (visto que não possuía tanta relevância entre os consumidores do Sul e no Nordeste, que até então eram os focos do Grupo BIG).
O Carrefour ainda afirmou, à época, que acrescentaria novos formatos em sua plataforma, como as lojas Sam’s Club, que até hoje funciona como um “clube de compras”, aonde o cliente consegue obter descontos exclusivos em produtos importados.
Em janeiro do ano de 2022, a Superintendência Geral do Órgão recomendou a aprovação da transação, condicionada a venda de algumas unidade do varejo de autosserviço. Mas somente no mês de maio de 2022, o Cade aprovou, com restrições, a compra do Grupo BIG pelo Carrefour Brasil.
A decisão foi unânime e foi condicionada a venda de determinadas lojas do BIG em cidades como Gravataí, Maceió, Olinda e Recife. O Carrefour, no entanto, já tinha propostas para venda das lojas alvo do desinvestimento do BIG naquela ocasião.
No dia 7 de junho de 2022, as negociações foram finalizadas e o Grupo BIG passou a ser subsidiária integralmente pelo Grupo Carrefour Brasil.
Quando o Hipermercado Big se despediu de vez?
Como mencionamos no inicio deste texto, em meados de junho, mais precisamente no dia 30 de junho de 2023, o Grupo Carrefour concluiu a conversão das 129 lojas anteriormente pertencentes ao Grupo BIG, seis meses antes do previsto.
De acordo com o portal Exame, as conversões foram distribuídas em todas as suas bandeiras, sendo 76 lojas Atacadão, 48 Hipermercados Carrefour e 5 Sam’s Club.
Com isso foram extintas por completo as bandeiras:
- Maxxi Atacado;
- Hipermercado BIG;
- Hipermercado BIG Bompreço;
Deixando de pé apenas as bandeiras Super Bompreço, Nacional e TodoDia, o que marcou de vez o fim de um grande império do setor. Stéphane Maquaire, CEO do Grupo Carrefour Brasil fez a seguinte declaração na época:
“Esse é um momento histórico para nós, que sempre acreditamos na integração com o Grupo BIG como oportunidade de fortalecer nossa presença e diversificar nossos produtos e serviços no Brasil” – Iniciou ele que continuou:
“Dessa fusão surge o líder do setor, com mais de mil lojas físicas, e o maior empregador privado do país, com 150 mil colaboradores.”