O Barril – Por Arthur Vivaqua

É possível guardar o Mundo num Barril?

Pergunte ao Chaves e ele lhe dirá que sim.

Efeitos especiais? Deixe-os para Avatar.

Orçamentos milionários? Que fiquem com a TV brasileira!

Malícia? Não, o “Humor” já está cheio dela.

Chaves não precisou de quase nada para mudar o Mundo.

Bastou-lhe um Barril carregado de Inocência.

Bastou-lhe ensinar-nos de que todos os animais comem com o rabo, já que nenhum deles tira o rabo para comer.

Bastou-lhe uma Vila.

Ah, a Vila!  Ela nada mais é do que o Mundo em que sonhávamos habitar.

Eu gostaria de ter brincado com Kiko e zombado de seu terninho.

Sei que cairia como um patinho nas peraltices da Chiquinha.

E de vez em quando, assaltaria minha geladeira e daria um sanduíche de presunto para o Chaves.

Brincar com os três me ajudaria a resgatar o Eu que esta Sociedade frenética insiste em soterrar.

E eu adoraria, mesmo quepara isso tivesse que levar uns cascudos do Seu Madruga!

E, não é orgulhosamente que admito: Talvez Seu Barriga tivesse problemas para receber meu aluguel.

No fim, porém, creio que tudo daria certo.

Pópis certamente contaria tudo ao Professor Girafales.

E quem sabe o Mestre Linguiça (Ai, me escapuliu!) não me ajudasse?

Ainda, porém, que ele me desse um Zero, não me abateria.

Pois saberia que o Barril estaria pronto a me abrigar.

Um Barril pequeno, porém profundo.

Um Barril capaz de abrigar o Mundo.

– Isso, isso, isso…

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