O comunicado drástico dos Correios emitido a todos os brasileiros e o que essa medida ainda impacta HOJE
No ano de 2017, mais precisamente no dia 16 de junho daquele ano, os Correios emitiu um comunicado drástico a respeito do fim de um dos seus serviços mais essenciais para a maioria dos brasileiros que dependem de envio e recebimento de mercadorias.
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Estamos falando do e-Sedex, serviço exclusivo oferecido exclusivamente para o comércio eletrônico como lojas online e marketplaces, que já estava no mercado há 16 anos.
Infelizmente, à época, os correios anunciaram por meios oficiais que o serviço seria descontinuado a partir do dia 19 daquele mês. A razão por trás da ação se deu após a empresa alegar que a ação entraria em conformidade com a sua nova política comercial.
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Dessa forma, todas as postagens de encomendas seriam normalmente enviadas apenas por SEDEX e o PAC novamente.
1- O comunicado OFICIAL
De acordo com o portal Olhar Digital, os correios havia garantido ter tomado as devidas providências judiciais necessárias quanto à ação movida pela Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost).
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Cuja qual solicitou a revogação do fim do serviço, ação essa movida em novembro de 2016, e encaminhada à Justiça Federal.
A empresa orientou ainda aos lojistas que faziam uso do serviço a se comunicarem imediatamente com os clientes sobre o fim da modalidade.
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Além disso, informou que as Pré-Listas de Postagem (PLP) e os e-tickets, autorizações de postagem para logística reversa, gerados e não utilizados até o dia 18 de junho de 2017 passariam a ter os códigos de e-Sedex substituídos pelo código Sedex.
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Veja o comunicado emitido à época na íntegra:
“A partir da próxima segunda-feira (19), em virtude da aprovação da nova Política Comercial dos Correios, o serviço e-SEDEX será descontinuado. Dessa forma, todas as postagens de encomendas deverão ser realizadas por SEDEX ou PAC.
Além desses serviços, os Correios possuem parcerias com os maiores marketplaces do país e prosseguem com a implantação do novo serviço Correios Log – Comércio Eletrônico, também conhecido como e-Fulfillment, que possibilita à loja virtual ter toda a sua operação de armazenamento, preparação de pedido, postagem e logística completamente realizada pelos Correios, com otimizações operacionais e de custos para os clientes.
Mantendo o compromisso de transparência com os seus clientes, os Correios reforçam a parceria com o comércio eletrônico, e afirmam que continuarão a ser a empresa mais acessível ao e-commerce em todo o Brasil.
As mudanças da nova Política Comercial da estatal visam atender melhor ao comércio eletrônico, destinando pacotes de encomendas específicos para os clientes desse setor, como os serviços SEDEX, PAC e Logística Reversa, que atendem às diversas necessidades de preços e prazos dos lojistas, além dos consumidores finais.”
2- Risco de Privatização
Vale salientar que na época os correios estavam na mira de uma possível privatização. Tanto é que essa possibilidade havia sido afirmada pelo presidente dos Correios, na época, Guilherme Campos, em maio daquele ano de 2017,
Isso porque embora a a privatização da empresa não fosse interessante ao governo, ela poderia ser uma alternativa caso os esforços em curso para a reestabilização da estatal não sejam bem sucedidos.
Tal declaração foi feita durante uma comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados. Ele ainda colocou a responsabilidade da crise pela qual o órgão enfrentava na época nas mudanças tecnológicas que resultaram na diminuição do envio de cartas.
Ele pontuou que, assim como outros países, o Brasil deveria ter se preparado para esta mudança anos atrás. Campos ainda defendeu também o fim do monopólio postal dos Correios, que acredita ser um ônus para a empresa.
Os Correios acumularam, no ano de 2016, dois rombos de R$ 4 bilhões nos últimos dois anos, que representaram prejuízo de R$ 2 bilhões e de R$ 2,1 bilhões no ano de 2015.
Embora essa discussão da privatização ainda seja debatida nos tempos atuais, ela foi COMPLETAMENTE DESCARTADA pelo Governo no ano de 2022, conforme publicada pelo portal UOL.
Mas por que a privatização foi descartada e como isso afetaria os dias de HOJE?
Apesar da privatização ter sido uma ideia da antiga gestão e ainda ser defendida por brasileiros e economistas que acreditam ser a solução para alguns problemas enfrentados pelos Correios, na prática ela ainda é um campo bem delicado.
Ainda no ano de 2022, Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações de Dilma Rousseff e que coordenou o grupo técnico de Comunicações na transição petista, afirmou que essa ação iria afetar regiões mais pobres.
Afinal de contas, empresas privadas não costumam fazer entregas em locais como os morros do Rio de Janeiro, vistos como perigosos pela maioria delas, o que acaba ficando na responsabilidade dos Correios.
Conforme divulgado pelo próprio PT, a privatização também resultaria no aumento do preço do frete e no apagão postal nas pequenas cidades, o que acabou sendo um fator predominante para que a privatização.
O outro lado da moeda
Mas como mencionamos, há ainda aqueles que defendem prontamente tal medida. Como por exemplo, Gesner Oliveira, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas.
O especialista afirmou que em entrevista à CNN afirmou que tal privatização deveria ter sido implementada há muito tempo.
Para ele, uma parte da atividade da empresa ficou ultrapassada com os avanços das comunicações:
“Seria desejável que o Estado se concentrasse naquelas atividades que realmente só ele pode fazer, como, por exemplo, a educação, a segurança, saúde. Há uma série de prioridades em um país que tem poucos recursos”.
A certeza que temos no momento é que, enquanto o Governo Lula estiver vigente, essa suposta privatização não sai.
Inclusive, ainda de acordo com o portal CNN, o próprio Lula descartou essa possibilidade de privatização, tanto dos correios como de qualquer outra estatal, em um evento realizado em Curitiba, Paraná, antes mesmo de ser eleito novamente, em março de 2022:
“Eu quero dizer, na tua frente, meu jovem Requião, que eles se preparem. Porque o povo vai voltar a governar esse país e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vai privatizar os Correios, não vamos privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica.
Não vamos destruir o BNDES. Não vamos privatizar a Eletrobras. Eles têm que saber, e nós temos que falar agora o que queremos fazer, porque eu não tenho mais idade para mentir para o povo brasileiro”