Unidade crucial pertencente a dona da Riachuelo fechou as portas e situação foi exposta por meio de comunicado
Em janeiro deste ano de 2023, mais precisamente no dia 10, o Grupo Guararapes, detentor da marca da Riachuelo, uma loja de fast-fasion que está no mercado desde 1979, anunciou o fim das atividades de uma de suas maiores fábricas no país.
Estamos falando da Fábrica que ficava localizada em Fortaleza (CE), com isso, ela passou concentrar toda a sua produção fabril em Natal (RN).
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De acordo com o portal Valor Investe, essa operação encerrada no Ceará empregava cerca de duas mil pessoas, quase 10 % do quadro total de empregados do grupo em 2021, que (em sua maioria) acabaram sendo demitidos.
Vale dizer que foi oferecida aos empregados a possibilidade de trabalharem na unidade de Natal ou na operação em São Paulo, mas historicamente, os dados de transferência de empregados dentro das operações de varejistas apontam que apenas uma minoria acaba cogitando a mudança.
Ainda de acordo com o portal. os funcionários foram totalmente pegos de surpresa, uma vez que foram avisados sobre o fechamento da fábrica no mesmo dia.
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Razões por trás disso …
Vale dizer que a companhia, detentora da Riachuelo, antes do fechamento possuía apenas duas unidades fabris, essa de Fortaleza (CE) e a Natal (RN), com isso, ela passou a contar somente com uma.
A Guararapes disse, à época, que o modelo de negócio da empresa permaneceu inalterado, com a decisão que fazia parte do planejamento estratégico da companhia.
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Segundo a empresa, o foco era otimizar a operação fabril para intensificar a reatividade, eficiência e competitividade, aliado a um crescimento sustentável:
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“A Guararapes tem uma relação de longa data com o Ceará e seguirá atuando no estado por meio de suas lojas”
Em queda …
Os dados da empresa sobre seu quadro de pessoal, arquivados na Comissão de Valores de Mobiliários, mostrava 3,9 mil empregados na unidade de Fortaleza em 2021 (último arquivo disponível).
Isso quer dizer que a operação foi sendo reduzida ao longo do tempo, antes de seu fechamento. Na época, equivalia a 9,7% do total de empregados da companhia (40,6 mil).
A empresa ainda não publicou dados sobre quadro de pessoal relativos a 2022. O arquivo é enviado pelas companhias à CVM em maio.
Avaliada em R$ 3,1 bilhões, a Guararapes acumulou uma queda de 35,2% no ano e quase 62% em cinco anos na bolsa de valores.
Em dezembro de 2022, a empresa informou que estudava uma fusão com uma de suas concorrentes no varejo de moda no país. Isso porque a companhia abriu conversas com a Arezzo e com a SBF, detentora da Centauro.
Como ficaram os funcionários?
Em nota divulgada, a empresa afirmou que “prezava, primordialmente, pelo cuidado e olhar humano”, bem como ofereceu a assistência devida aos “afetados pela decisão” juntamente com um “pacote extra” para auxiliar por certo período.
Foi oferecida também a extensão do plano de saúde e dobro de aviso prévio, além de meio piso salarial. Máquinas de costuras foram doadas às costureiras e aos demais foi oferecido mais um adicional de um salário.
Porém, conforme divulgado pelo Diário do Nordeste, as funcionárias demitidas da fábrica da Guararapes localizada em Fortaleza, no Ceará, denunciaram que alguns valores estabelecidos nas rescisões dos contratos de trabalho estão com valores abaixo do esperado.
Entre as denúncias, está a de uma funcionária com 30 anos de trabalho na fábrica e rescisão no valor de R$ 6 mil. Outra funcionária também revelou ter dias de férias que não foram devidamente calculados.
Ela disse ter entrado em contato com o setor de Recursos Humanos da fábrica, que teria reconhecido o erro, mas não voltou a tentar resolver a correção do problema.
1-Relatos de revolta e a resposta da empresa
Ainda foi realizada uma denúncia no Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE) com pedido de verificação de regularidade da Guararapes, em fase preliminar de apuração.
Por meio de nota, a empresa afirmou que não foi notificada pelo MPT-CE e que esse é um “procedimento de praxe”, trata-se de uma apuração, faz parte do processo.
Fora isso eles alegaram que não há nenhuma irregularidade, muito pelo contrário, o tema foi tratado com seriedade e compromisso devido.
As costureiras demitidas também denunciaram o descaso do Sindicato das Costureiras (Sintconf), que não estaria acompanhando o pagamento das rescisões dos contratos de trabalho.
Ainda segundo alguns demitidos, a Guararapes também estaria voltando atrás em alguns acordos, como o que previa a adaptação das máquinas de costura doadas pela fábrica às costureiras.
Pelo que ficou acertado, a Guararapes deveria adaptar a voltagem das máquinas de industrial para residencial, porém as costureiras afirmaram que estavam tendo que pagar pela adaptação, um custo que não compensaria.
Mas a Guararapes também negou essa informação, como podem ver abaixo na íntegra:
“A maior parte das máquinas do Grupo Guararapes, de costura reta e de duas agulhas, possui tensão de 220 volts, o que já era esperado pelos colaboradores”
Atuando de maneira próxima e transparente com seus ex-colaboradores, o Grupo recebeu alguns pedidos de máquinas interlock que possuem tensão de 380 volts, mas serão transformadas em 220v para que os ex-colaboradores possam utilizar em suas residências
A doação dos equipamentos seguirá sendo conduzida como anunciado”
2- O acordo
Fora isso, os funcionários demitidos reclamaram que no dia da demissão foi prometido pela gestão da empresa que os avisos seriam pagos em dobro, o que acabou não ocorrendo.
Por meio de nota, a Guararapes também negou a informação e explicou que fez o seguinte acordo:
- O dobro do Plano Médico Adicional previsto no aviso prévio para todos os funcionários
- Bônus no valor de um salário a mais para 1.050 funcionários
- Doação de máquinas de costuras para 950 funcionários
- Meio salário mínimo (675 reais) para todos os 2 mil funcionários
- Medidas de qualificação e realocação dos ex-colaboradores.
Segundo apurações do TV Foco, não foram encontradas, até então, nenhuma atualização sobre o caso dos funcionários citados acima.