Relembre o fim decadente de uma rival gigantesca da Casas Bahia após passar 2 vezes pela falência
E uma varejista famosa e gigante, rival da Casas Bahia, que até hoje é reconhecida como uma das maiores do setor no Brasil, acabou tendo um fim decadente após se afundar em dívidas e ter sua falência decretada duas vezes pela Justiça.
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Estamos falando da icônica Arapuã, que ficou muito popular principalmente entre os paulistas.
Sua história se iniciou no interior de São Paulo, na cidade de Lins, ainda no ano de 1957, por Jorge Wilson Simeira Jacob, e chegou a ter 265 pontos de venda pelo Brasil.
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Popularidade
De acordo com o portal UOL, sua era de ouro ocorreu entre a década de 90 e 80, quando a varejista se tornava uma das mais influentes e tradicionais do setor, que como mencionamos bateu de frente tanto com a Casas Bahia como o Ponto Frio.
Inclusive seus comerciais contavam até com famosos, como o ator Tony Ramos, da Globo, como podem ver no vídeo abaixo:
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Conforme informações da Wikipédia, no fim da década de 80, Simeira Jacob partiu com um grupo de executivos para os Estados Unidos. Dias depois, voltou convencido de que era preciso mudar o foco dos negócios.
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À época, a Arapuã era líder nacional nas vendas de móveis e eletroeletrônicos. De uma só tacada, ela promoveu o fechamento de 120 lojas.
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A linha de produtos foi reduzida de 7.500 para 700 itens. A empresa, que chegou a ter em seus estoques de televisores a tapetes e cristais, concentrou suas vendas apenas em eletroeletrônicos.
Em junho de 1998, a empresa abriu concordata e passou a diversificar os produtos, vendendo novamente móveis, utensílios para o lar como faqueiros, relógios e até brinquedos numa tentativa de reverter o baixo desempenho das vendas.
Queda e falência
Foi no ano de 1998 que a varejista começou a ruir. Isso porque, conforme o portal UOL, na época o governo brasileiro provocou o aumento dos juros o que prejudicou as vendas a prazo e o aumento da inadimplência das vendas a prazo.
Em junho daquele ano, os créditos em atraso somavam cerca de R$550 milhões. Com a dívida milionária, a empresa pediu concordata no dia 2 de junho de 1998.
A Arapuã iniciou então um plano de recuperação para evitar a falência.
Porém no ano de 2002 com uma dívida de R$1 bilhão, ela passou a fechar lojas e promover demissões em massa, mas não conseguiu cumprir integralmente o acordo correndo o risco da Justiça decretar a falência.
Vale dizer que a empresa estava com três parcelas vencidas das concordatas.
Porém, ainda assim, a Justiça não havia decretado a falência da empresa por confiar no seu plano de reestruturação.
Foi em julho de 2002, que a Justiça determinou em primeira instância decretar a falência da Arapuã por descumprimento da concordata, mas a empresa conseguiu reverter a decisão em segunda instância no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
No ano de 2009, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou o recurso de duas empresas credoras que pediam a decretação da falência da empresa, para que assim seus bens pudessem ser utilizados para quitar dívidas.
Na ocasião, o STJ confirmou a falência da Arapuã por descumprimento da concordata pedida em 1998. O tribunal fez valer a lei de falências de 1945 que entrou em em vigor até 2005.
Entre a decisão do STF e a publicação do resultado, a Arapuã solicitou um pedido de recuperação judicial previsto na lei de 2005, que foi concedido pelo TJ-SP.
Na época o tribunal entendeu que ainda cabia recurso ao julgamento do STJ. A Justiça paulista aplicou um dispositivo da lei atual de falências em 2005, que permite o pedido de recuperação judicial de empresas que não tenham descumprido as obrigações assumidas.
Quando aconteceu o fim definitivo das redes Arapuã?
Em junho do ano de 2020, uma empresa credora juntamente com o Ministério Público de São Paulo recorreram da decisão pela segunda vez.
Nesse meio tempo, a Arapuã aprovou um plano de recuperação judicial e alienou parte dos seus bens para o pagamento de parte das dívidas.
Ela chegou a afirmar que pagou alguns credores e dívidas trabalhistas.
Porém, em uma nova decisão ainda no ano de 2020, o STJ determinou que o resultado do julgamento do TJ-SP foi ilegal porque a Arapuã havia descumprido a concordata e já tinha a falência decretada, o que inabilitou a empresa a qualquer pedido de recuperação judicial.
Assim, os ministros do STJ decretaram a falência definitiva, e pela segunda vez, por 4 votos a 1.