Empresa gigantesca no mercado alimentício teve falência decretada em meio a dívida bilionária e escândalo exposto
O ano era de 2005, quando uma famosa empresa gigantesca do mercado alimentício teve a sua falência decretada pela Justiça, após enfrentar um cenário de escândalos e dívidas.
Estamos falando do Frigorífico Chapecó, empresa brasileira que havia sido fundada no ano de 1952, e sua importância era tamanha que a mesma era conhecida em mais de 50 países, aonde a mesma era uma forte exportadora de carnes.
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A rede também possuía oito unidades industriais, 5 mil empregados e 3 mil produtores integrados.
Escândalo exposto
Segundo o Agrolink, no ano de 1997 o BNDES assumiu o comando geral da empresa com o apoio direto do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen.
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A organização começou a ser abalada pela crise de 1998, quando passou ao controle acionário da Alimbras S/A, empresa integrante do grupo econômico Macri, de origem argentina.
O acordo estipulava igualmente a redução de uma dívida financeira, já existente, de 285 milhões de dólares para 138 milhões.
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Porém, em agosto de 2000, um escândalo caiu como uma bomba, visto que o frigorifico sofreu uma quebra do sigilo bancário de duas contas decretada pelo juiz Mauro Sbaraini, da 1ª Vara Federal de Cascavel (PR), a pedido do Ministério Público Federal.
Essa medida foi tomada para investigar se houve, ou não, intermediação do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira na liberação de recursos do BNDES para o frigorífico.
Foi então, que ficou comprovado que o frigorifico havia recebido o correspondente a 197 milhões de dólares do BNDES.
Fora isso, uma nova recessão iniciada em 2001 (época em que ocorreram os atentados de 11 de setembro nos EUA), o preço do frango e do suíno despencou vertiginosamente e os insumos, principalmente o milho e a soja, tiveram seus preços dolarizados.
A crise econômica na Argentina também castigou fortemente o Grupo Macri em seu país, com reflexos em suas empresas no Brasil, que tiveram créditos cortados diante do temor de bancos e fornecedores.
No início de abril de 2003, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou a realização de auditoria no Frigorífico Chapecó, solicitada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela deputada Luci Choinacki.
De acordo com o portal Poder Judiciário de Santa Catarina, naquele mesmo ano também houve proposta de aquisição pela Coinbra, sociedade integrante do grupo francês Dreyfuss.
As negociações avançaram em 90%, mas os compradores desistiram do processo sem apresentar quaisquer razões. No ano seguinte, em 2004, o frigorífico começou a sua auto falência.
De acordo com o Wikipédia, em janeiro do ano de 2004 a Chapecó entrou com pedido de concordata no Fórum da Comarca de Chapecó, localizado em em Santa Catarina.
Falência decretada e suas consequências
Como consequência da crise, a empresa precisou demitir 4.700 funcionários. Completamente sem recursos, a Chapecó parou de pagar os fornecedores e, por falta de estoque de milho, cerca de 7 milhões de frangos morreram.
Foi aí que no dia 29 de abril de 2005, que a juíza Rosane Portella Wolff, da 3ª Vara Cível de Chapecó, decretou a falência definitiva das empresas Indústria e Comércio Chapecó e Chapecó Companhia Industrial de Alimentos.
De acordo com a juíza, apesar de o BNDES assumir o comando geral da empresa com o apoio direto do Banco do Brasil e do Banco Bozzano Simonsen no inicio de 1997, as medidas gerencias não foram substanciais para conseguir reverter a crise da empresa que se agravou ainda mais.
As dívidas chegaram a cerca de 1 bilhão de reais.
Qual foi o desfecho da empresa?
De acordo com o portal Poder Judiciário de Santa Catarina, o processo de falência da Frigorífico Chapecó, que foi considerado um dos maiores do país, teve decisão importante e, ate mesmo, rara em abril de 2022.
O juízo da 3ª Vara Cível da comarca de Chapecó autorizou o pagamento dos chamados “créditos quirografários”*
*Àqueles em que os credores não têm qualquer espécie de preferência legal ou garantia.