Rede de supermercado fechou portas e acabou leiloando todos seus bens após não resistir à crise ferrenha
Nos últimos meses temos sofrido uma avalanche de informações a respeito de fechamentos*, falências e vendas de grandes varejistas.
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Pois é, esse clima de tensão tem dominado o setor deixando muitos sem saber exatamente o que esperar. Mas apesar de serem casos bem chocantes, eles nunca foram isolados, tampouco novidade.
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Há anos, esse tipo de situação ocorre em nosso país, e muitas outras grandes varejistas já sentiram esse gosto amargo de se verem obrigadas a interromper um sonho por não suportar crises financeiras e cenários adversos.
Como é o caso do Supermercado Gonçalves, tradicional varejista da região de Roraima que precisou fechar suas portas após enfrentar uma severa crise financeira.
Vale dizer. que apesar de tradicional, a rede se configurava como “mercado de bairro”, e muito frequentado pela vizinhança ao redor.
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História
Segundo o portal G1 A história do Supermercado Gonçalves começou nos anos 90, na rua Guanabara, em Porto Velho (RO), com a inauguração da primeira unidade.
Nos anos seguintes foram abertos outros nove supermercados: em Porto Velho, Ariquemes (RO), Buritis (RO), Ji-Paraná (RO) e também em Rio Branco (AC).
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No ano de 2013, o grupo criou uma indústria de panificação, a Granopan, e em 2014, uma casa empório, ambas na capital rondoniense. Não demorou muito para que o supermercado se tornasse um dos maiores varejistas de Rondônia.
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1-A queda
Ainda de acordo com o G1, apesar da ampla prestação de serviço, no ano de 2016 a empresa começou a ruir quando entrou com pedido de recuperação judicial alegando não suportar a crise econômico-financeira.
O Gonçalves culpou a queda de faturamento decorrente da crise macroeconômica brasileira, que começou pós-eleições do ano de 2014.
Fora isso, ainda de acordo com as alegações da mesma, a situação piorou ainda mais após a alavancagem junto a bancos e elevadas taxas de juros, elevação dos custos financeiros, redução de margens de lucro no segmento e cortes de linhas de crédito.
E ainda enfrentava o aumento dos custos, queda da renda per-capta na cidade de Porto Velho, aumento da concorrência na região e investimentos frustrados pela “ressaca pós-usinas do madeira”, tudo isso contribuiu para sua queda.
Segundo o pedido protocolado na Justiça, no início da década, o grupo chegou a realizar investimentos milionários na melhoria da estrutura das lojas, inauguração de um empório e na construção de uma indústria, entretanto os mesmos foram frustrados devido ao cenário econômico de retração.
2-Colocando tudo à venda
No entanto, a tentativa de remediação não foi bem sucedida e em julho de 2019 a Justiça decretou a falência definitiva do grupo.
TODOS os bens foram leiloados ao decorrer de três chamadas realizadas este ano. Lojas, imóveis, terrenos e veículos faziam parte do patrimônio do grupo. Ao todo, foi arrecadado um montante de R$ 71 milhões.
Com a ruína do império varejista do estado de Rondônia, se deu inicio ao drama de mais de 1 mil funcionários do Supermercado Gonçalves, que ficaram sem saber quando receberiam salários atrasados e direitos trabalhistas.
E qual foi o desfecho dos funcionários?
Essa situação fizeram com que muitos deles entrassem com uma ação na justiça contra o Supermercado Gonçalves, porém somente no dia 23 de maio de 2022 foi confirmado o pagamento dos direitos de uma parte desses funcionários.
Segundo o portal G1, A informação foi confirmada pelo administrador judicial da massa falida, escritório Machiavelli, Bonfá e Totino Advogados Associados.
Foram beneficiadas as pessoas que trabalhavam na rede enquanto ocorreu a falência e que não possuíam pendências sobre o valor e outras informações apresentadas na lista de credores.
O pagamento foi autorizado pela Justiça de Rondônia no início daquele mês.
A juíza de direito Elisangela Nogueira, da 6ª Vara Cível, Falências e Recuperações Judiciais, autorizou o envio aos ex-funcionários por ter entendido que não havia impedimentos ao pagamento dos valores que não estavam em contestação, principalmente considerando que o prazo para objeções já tinha sido encerrado.
De acordo com o administrador judicial, aproximadamente R$ 14 milhões foram liberados no dia 20 de maio de 2022, pela Caixa Econômica Federal. Os valores devem ser depositados nas contas apresentadas pelos funcionários.
Cerca de 80% dos trabalhadores estavam aptos a receber. Os outros 20%, que ainda aguardavam pendências a serem resolvidas, tiveram que esperar mais um pouco pelo pagamento.