O Lenço da Páscoa – Por Arthur Vivaqua
06/04/2012 às 4h36
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“Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis, e o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas deixado num lugar à parte.”
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João 20:6,7
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Aqueles lençóis não deveriam estar ali, pensou Pedro, ao vê-los jogados no chão.
Eles deveriam estar cobrindo um cadáver.
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O cadáver do Mestre que se dizia Filho de Deus.
“Roubaram o corpo.”, conclui Pedro, bancando o Investigador do CSI Jerusalém.
Jesus, aquele que pregava sobre Vida Eterna, aparentemente não havia sido capaz de sequer preservar o próprio corpo.
Dentro daquele sepulcro, Pedro começa a se sentir enojado.
Não pelo odor de Morte (que, curiosamente, não envolve o local), mas pela sua perspectiva de vida.
Ou a falta dela.
Pedro havia abandonado a carreira de pescador.
E dedicado sua vida a um Carpinteiro que fazia Milagres.
Durante três anos, Pedro o seguiu.
Estava lá quando Ele multiplicou os pães.
Foi testemunha da cura do cego.
Viu Jesus ressuscitar a Lázaro.
E agora… aquilo.
Triste saber que a historia terminava assim.
Pedro num sepulcro e Jesus morto e profanado.
Para o ex-pescador, era o fim.
Voltar aos peixes talvez fosse sua única opção.
Cabisbaixo, ele ouve passos.
João, seu companheiro de estrada, e Maria Madalena, outra (ex) fiel seguidora, adentram o local.
“Roubaram o corpo, pessoal.”, Pedro está prestes a dizer.
Sua boca se abre…
Mas, antes que as palavras saiam, seus olhos se arregalam.
Há um detalhe.
Um detalhe pequeno, mas cujas consequências são infinitas.
Um lenço.
O lenço que envolvia a cabeça de Cristo.
Ele não está jogado no chão ao lado dos lençóis, mas caprichosamente dobrado num cantinho.
Ora, ladrões não costumam dobrar lenços.
Então o que…
Pedro só precisa de um instante para compreender.
Seu olhar se cruza com o de João.
Ambos olham para o lenço.
E creem.
Inacreditavelmente, creem.
Creem que o Ponto Final era uma Vírgula.
Creem que a Morte converteu-se em Vida.
E que o Final era apenas um Recomeço.
Pedro, João e Maria Madalena sorriem enquanto choram e choram enquanto sorriem.
E então correm para anunciar o que viram.
É Páscoa.
***
Lenços.
Jesus ainda os deixa pelo caminho.
Ele ainda nos surpreende em meio aos sepulcros da Vida.
Da sua vida.
Talvez você esteja como Pedro.
Olhando para trás e lamentando perdas.
Olhando para frente e vislumbrando lágrimas.
Olhando…
Espere. Eu disse lágrimas?
Então, que tal um…
Lenço?
Um lenço que era utilizado pelas vítimas da Morte.
Mas que se tornou símbolo de Vida.
É Páscoa.
Jesus ainda reescreve historias.
Basta que você olhe para Ele…
E creia.
Creia que aquilo que deveria ter acontecido não aconteceu.
Creia que a Lógica foi vencida pela Fé.
É Páscoa.
Tempo de usar o Lenço para enxugar as lágrimas.
E prosseguir.
Fique tranquilo: O Túmulo ainda está vazio e o Lenço não possui prazo de validade.
E, ah, esqueça os peixes do Passado.
Quem serve a um Deus Vivo não precisa temer o Futuro…
Twitter: @ArthurVivaqua
E-Mail: [email protected]