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Ter um programa brega não é jogar lixo na tela. Chacrinha era o mais brega dos bregas e apresentava Caetano Veloso. Uma coisa é baixo nível, desrespeito com o público mais simples, aquele que não lê jornais, o tipo satisfeito com o governo que lhe tira a boa escola e dá R$ 90 todo mês. Um programa para esta linha de gente tem tudo para atrair as outras classes quando produzido de forma criativa. O bregão, aquele pronto para mostrar as diabruras da Gretchen e suas discípulas também tem em mãos as pessoas interessadas em algo mais leve, os doidos por distração, o telespectador procurando descansar das duas horas de trânsito só para chegar em casa, mesmo em um carro de luxo.
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Quando a emissora só apresenta o intelectual, restringe seu tipo de telespectador; o brega, não. E isso tem que ser aprendido pelas grandes redes. Se vem o quadradinho de 8, é preciso muito profissionalismo para o tornar interessante, mantendo diante da tela o leitor de livros e o trabalhador braçal. Dançar na beira do precipício exige sensibilidade da equipe para saber até onde pode avançar. Não é fácil fazer o simples, mas é belo ver o simples virar arte. Aquela senhora diante da tv que ri das brincadeiras do Sílvio gostaria de estar acompanhada por seu filho que fuça em livros sobre leis. E o trabalho para este milagre acontecer está ligado ao que víamos nos programas de Flávio Cavalcanti, Os Trapalhões, A Discoteca do Chacrinha, Brasil Legal da Regina Casé ( foto ), Moacyr Franco Show, Agildo Ribeiro no País da Maravilhas e tantos outros. Eram o feijão com arroz que sacia e agrada à todos. Onde vemos isso, hoje?
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