Opinião: ajustes da direção podem salvar “A Lei do Amor”

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(Foto: Divulgação)

Cena de “A Lei do Amor” (Foto: Divulgação)

Como se sabe, a Globo não consegue emplacar sua novela das 21h, “A Lei do Amor”. A trama escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari apresenta até aqui uma das piores audiências da história da Globo no horário.

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Segundo dados divulgados pelo jornalista Ricardo Feltrin, a atual novela das nove está poucos décimos acima dos mesmos 62 capítulos de “A Regra do Jogo” (25,4 pontos) e de “Babilônia” (25,2 pontos). (Cada ponto a partir de hoje vale por 70,5 mil domicílios).

Na verdade, o problema está menos nos textos e mais na direção e linha narrativa apresentada.

A começar pela abertura: a música escolhida e as imagens não condizem com a trama, que é densa e apresenta temas pesados (para falar a verdade essa abertura não ficaria boa com novela nenhuma).

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Talvez pareça só um detalhe, mas a música é de vital importância para qualquer produto audiovisual seriado. Vemos atualmente exemplos brilhantes como em “Stranger Things”, na série animada “Gravity Falls” e muitos outros bons exemplos.

E não é preciso ir longe: podemos pegar a abertura da novela “Avenida Brasil”, que está sendo reprisada no “Video Show”. E se quisermos aprofundar, o exemplo de “O Bem Amado” de 1973 dá show em cima do que é proposto na produção atual.

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Não basta ser bonita ou bem produzida, tem que casar com o que é apresentado no enredo. E a escolha da música “Trenzinho do Caipira”, na voz de Ney Matogrosso, não tem NADA a ver com “A Lei do Amor”. Não combinou.

A solução que eu daria é colocar uma trilha sem voz, típica de um thriller policial, mostrando os personagens principais de forma a dar um tom misterioso à trama.

Exemplo da música de um thriller policial:

Há também erros de enquadramento, um excessivo uso do primeiro plano e muitos cortes de um personagem para outro, mas que não vou me aprofundar pois é um tema muito técnico.

A Globo teria que fazer uma campanha de relançamento da novela com as devidas modificações. No entanto, poderia causar certo estranhamento esse tipo de atitude da segunda maior emissora do mundo no atual estágio da novela.

Mas é isso que a Globo precisa: demonstrar humildade. Errou, corrige e bola para a frente. O canal tem que pensar menos em Emmy Awards e mais em audiência. Como disse o grande Aguinaldo Silva: “…se as novelas continuarem como estão, sérias, sisudas, vazias de som e fúria, mas cheias de significados, bem, escrevam aí no seus caderninhos o que vou lhes dizer agora… Elas acabam”.

Texto: Vinícius Carvalho

As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site TV Foco.

Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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