Por enquanto, Segundo Sol não é oito nem oitenta na trajetória artística de seu autor João Emanuel Carneiro. A atual trama das 21h da Globo, superou problemáticas de A Regra do Jogo, mas não tem alcançado nem vislumbra chegar à glória de Avenida Brasil, mesmo não sendo esse o objetivo. Nesse sentido, com um roteiro atrativo e uma gama de ótimas atuações, Segundo Sol só tem deixado a desejar com suas principais vilãs.
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O folhetim tem apresentado um texto não tão original em alguns aspectos, mas sem dúvidas, muito bem amarrado e cheio de reviravoltas, que o torna atrativo ao público. Ao contrário de muitos autores, João Emanuel conseguiu construir todos os núcleos interessantes, com pequenas oscilações negativas (vide Doralice/Roberta Rodrigues). Isto é algo bem incomum, haja vista que muitas novelas penam com vários núcleos insossos. Além disso, ressalta-se a agilidade dos acontecimentos. Só a título de exemplificações, mencionam-se a descoberta da sexualidade de Maura (Nanda Costa) pelos pais Nice (Kelzy Ecard) e Agenor (Roberto Bonfim) e a descoberta de que Ariella é Luzia (Giovanna Antonelli) pelos filhos Manuela (Luisa Arraes) e Ícaro (Chay Suede).
Além do bom roteiro e, claro, do grande auxílio da direção de Dennis Carvalho, vale destacar o excelente nível de atuação do elenco. Como levantado pela coluna em 03/06, há que se destacar a constância e a quantidade acima da média de boas atuações em Segundo Sol. Tanto os veteranos, como Giovanna Antonelli (Luzia), Adriana Esteves (Laureta), Deborah Secco (Karola), Vladimir Brichta (Remy), Fabíula Nascimento (Cacau), José de Abreu (Nonô) são destaques, como também os mais jovens, Letícia Colin (Rosa), Luisa Arraes (Manuela), Danilo Mesquita (Valentim), Giovanna Lancelotti (Rochelle) e Chay Suede (Ícaro). Este último, por sinal, tem crescido gigantescamente e feito atuações impecáveis, principalmente em cenas com Adriana Esteves.
Como contraponto, a coluna destaca o que talvez seja o principal defeito da atual novela de JEC: as vilãs. Depois da eterna Carminha de Avenida, da própria Esteves, e de Flora, vivida por Patrícia Pillar em A Favorita, sempre se espera uma vilania aflorada por parte do novelista. Em Segundo Sol, entretanto, Karola (Deborah Secco) e Laureta (Adriana Esteves) não têm correspondido. Ambas tiveram presenças mais marcantes no início da trama, com o embate mais direto em torno de Luzia. Agora, as duas têm se traduzido mais em armações para não perderem o relacionamento amoroso com seus pares. Karola com Beto/Miguel (Emilio Dantas) e Laureta com Ícaro (Chay Suede). Inclusive, vale destacar que o quesito vilania tem sido mais bem explorado com o personagem Roberval de Fabrício Boliveira, o qual tem movimentado vários núcleos ao mesmo tempo.
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Nesse contexto, o desenvolvimento das vilãs Karola e Laureta tem deixado a desejar, mas não significa que os próximos capítulos do folhetim não possam superar essa problemática. Assim, é esperar para saber se JEC tirará coelhos da cartola com as novas reviravoltas previstas.
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