OPINIÃO | As 6 principais razões que podem explicar 1º mês fraco de O Sétimo Guardião

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Gabriel (Bruno Gagliasso) e Luz (Marina Ruy Barbosa) em O Sétimo Guardião (Foto: Globo/Estevam Avellar)

Gabriel (Bruno Gagliasso) e Luz (Marina Ruy Barbosa) em O Sétimo Guardião (Foto: Globo/Estevam Avellar)

O Sétimo Guardião estreou no dia 12 do mês passado e, passado pouco mais de um mês de seu início, a nova atração global do horário das 21h ainda não conseguiu cativar o público, apresentando desempenho aquém do esperado pelos executivos do canal carioca, tanto em repercussão positiva como em audiência. Nesse contexto, a coluna elencou as 6 principais razões que podem explicar o 1º mês fraco da novela.

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Antes de apontar as razões, ressalta-se que elas dizem respeito aos possíveis fatores internos, os quais sem dúvidas estão diretamente relacionados ao desempenho de qualquer produção. Contudo, destaca-se que também existem aspectos externos que colaboram com esse desempenho. No caso de O Sétimo Guardião, pode-se afirmar que o fim de ano e o horário de verão tornaram-se prejudiciais à performance da trama.

Em tempos de sucesso absoluto das séries e de sua filosofia ágil de acontecimentos, a primeira razão para o fraco desempenho de O Sétimo Guardião pode ser atrelada à demora em concluir arcos de seus núcleos. Nota-se que há tramas interessantes, no entanto, percebe-se também certa lentidão em seu desenvolvimento e principalmente em seu desfecho. Obviamente uma novela tem meses no ar e há tramas que precisam mesmo se prolongar, mas é preciso desenvolver pequenas tramas que se iniciem, se desenvolvam e sejam concluídas em curto prazo, para que o folhetim no geral seja ágil.

Uma pequena cidade possui uma fonte com propriedades curativas e rejuvenescedoras, protegida por sete guardiães que garantem sua segurança. Quando o poderoso gato Léon desaparece, todos temem que ele tenha ido atrás de um substituto do guardião-mor. A sinopse resumida de O Sétimo Guardião ajuda a ilustrar a segunda razão. Mesmo com 1 mês de exibição, ainda não se sabe com maior entendimento a importância de se manter a fonte escondida/segura – o arco central da trama. Isto deveria ter ficado muito claro desde a primeira semana do folhetim, haja vista que o público poderia se apegar mais às cenas nas quais os personagens centrais lidam com a fonte.

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Valentina (Lília Cabral) em O Sétimo Guardião (Foto: Reprodução/Globo)

Lília Cabral é uma excelente atriz e isso é totalmente inegável. Entretanto, sua personagem Valentina, a vilã magna do folhetim brilhantemente dirigido por Rogério Gomes, tem se apresentado em demasia caricata, com direito a muitos olhares e piscadelas de olhos para as câmeras, direcionadas a quem assiste. Além disso, ressalta-se o tom muito humorado da personagem, algo que contraria o esperado de uma boa vilã. Essas características configuram-se como a terceira razão do prisma levantado pela coluna.

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Aproveitando o gancho do parágrafo/razão anterior, destaca-se que a quarta razão corresponde ao generalizado tom de humor da novela. Sabe-se que todo folhetim que se preze precisa ter um bom núcleo de humor para equilibrar os ânimos do telespectador com todo o drama exibido. Todavia, o elevado grau de humor de O Sétimo Guardião, que abrange até a vilã, conforme supramencionado, pode não ser um aspecto vantajoso. As novelas das 21h são conhecidas por seu drama mais pesado, estando o humor mais presente nas atrações exibidas no horário das 18h e 19h. Dessa forma, isso pode afastar o público que já está acostumado a um determinado perfil de folhetins no horário.

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O realismo fantástico é um recurso que já produziu grandes sucessos e grandes fracassos na teledramaturgia brasileira. Nesse sentido, a quinta razão que pode tentar explicar o insucesso atual de O Sétimo Guardião refere-se a tal recurso. É preciso ter muita habilidade para que o recurso seja usado de forma que não afugente o público. Talvez o uso do “terror” não esteja sendo bem utilizado nas cenas fantásticas da novela.

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Por fim, a sexta razão levantada pela coluna é relativa à nítida falta de química do casal protagonista do folhetim. Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa não conseguiram fazer de Bruno e Luz um casal romântico admirável. A química entre dois atores que fazem um casal fica muito perceptível, principalmente quando já se teve tantas novelas nas quais vários casais conseguiram ou não alcançar tal feito. Além disso, ressalta-se que dificilmente um casal consegue superar esse problema. Ou tem química desde o começo ou não terá durante toda a produção, conforme evidenciado no histórico da televisão.

Por ser apenas o 1º mês, ainda há muito tempo para que a trama consiga uma virada.

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* Danyllo Junior escreve sobre o mundo da televisão há 10 anos
As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco

Autor(a):

Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: danyllo@otvfoco.com.br)

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