OPINIÃO | Beijo gay reacende alerta social, mas não salva núcleo em O Outro Lado do Paraíso

09/05/2018 às 8h38

Por: Danyllo Junior
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(Foto: Divulgação/Globo/Montagem/TV Foco)
(Foto: Divulgação/Globo/Montagem/TV Foco)

Brasil é o país que mais mata LGBT+ no mundo (Foto: Reprodução/Globo/Montagem/TV Foco)

De acordo com diversos órgãos confiáveis que tratam sobre o assunto, como a Anistia Internacional, a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA) e o Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil é o país que mais mata membros do público LGBT+ no mundo, tornando-se, por conta disso, o lugar mais perigoso para essa população viver. Além disso, há a violência indireta, na qual milhares de indivíduos tentam ou executam suicídio em virtude do rastro de preconceitos. Entre as principais causas para esses fatos sociais, estão a ausência de políticas públicas eficazes e a ineficiência de órgãos e autoridades criminais na punição de posturas criminosas.

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No capítulo desta terça-feira (08), a novela O Outro Lado do Paraíso (Globo), que está em sua última semana, exibiu uma cena de beijo gay entre os personagens Cido (Rafael Zulu) e Samuel (Eriberto Leão). Como era de se esperar em se tratando da maior emissora do país e de seu produto de maior audiência, a cena ganhou repercussão imediata nas redes sociais e, sem dúvida, virou assunto entre milhões de brasileiros.

Nesse contexto, ninguém pode duvidar da importância de cenas como essas, as quais estão cada vez mais presentes nos veículos de comunicação nacionais, em especial por parte do Grupo Globo. Apesar de ainda causar surpresa em parcelas de telespectadores, a cena torna-se importante por reacender o debate em torno do tema e reforçar o combate ao preconceito, à medida que naturaliza todas as formas de relacionamento.

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Entretanto, ressalta-se que, em termos folhetinescos, o beijo gay por si só não salva o núcleo dos supracitados personagens. Em uma escolha equivocada, o autor Walcyr Carrasco tratou, ao longo da novela, um tema importante com ares de Zorra Total. Desse modo, torna-se sempre pertinente frisar o alerta social, mas não se deve anular o equívoco autoral, com vistas a não repetições de tais práticas na teledramaturgia, uma vez que o objetivo principal de uma novela, por exemplo, é entreter o público, mas não necessariamente o produto televisivo deixa de impactar socialmente.

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As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco

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Autor(a):

Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])

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