Opinião: Os motivos pelos quais a Xuxa ainda não emplacou na Record

Apresentadora Xuxa Meneghel em seu programa. Foto: reprodução.

Apresentadora Xuxa Meneghel em seu programa (Foto: reprodução)

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Como se sabe, a Xuxa ainda não emplacou na Record. Com um programa inspirado na Hebe e com visual da Ellen DeGeneres, a loira apresenta índices pífios de audiência. No entanto, a culpa não é da apresentadora. Pelo menos não exclusivamente.

Esse formato que arranjaram para ela não funcionará nunca. Ela me passa a impressão que está distraída, os convidados ficam pouco à vontade, pois é nítido que a loira está aérea na atração.

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A direção então começa a inventar alguns quadros nada a ver, com caixa misteriosa, e outras coisas do gênero.

A ideia de copiar a Ellen (ou comprar o formato para evitar processinhos), que nunca foi colocada em prática, é boa, pois a apresentadora americana tem um programa ótimo: divertido, dinâmico e com conteúdo relevante, que faz falta no Brasil.

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Ellen DeGeneres entrevistando Miley Cyrus em seu programa (Foto: Reprodução)

No entanto, o segredo da Ellen, e de tantos apresentadores, inclusive a Fátima Bernardes com seu “Encontro”, é que é literalmente tudo roteirizado. Todo o esquema do programa é controlado passo a passo, o que cria o clima de agilidade.

A própria Hebe, durante muitos anos de sua carreira, dependia exclusivamente de um ponto eletrônico onde roteiristas diziam tudo que ela deveria falar. Entre esses roteiristas, estão os conceituados Nilton Travesso e Manoel Carlos.

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Parece algo pouco natural? Talvez, mas é o que funciona. São poucos, dá para contar nos dedos, os que conseguem fazer tudo de cabeça, como Silvio Santos, que a cada frase que diz consegue ganhar todas as revistas do ramo e sites especializados.

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A Fátima Bernardes mesmo, durante todo o programa, tem o diretor dizendo em seu ouvido coisas do tipo: corta o assunto, passa para o próximo, pergunta isso, acelera, pergunta aquilo, etc. O uso de um ponto e de roteiristas não impede a loira de improvisar de vez em quando ou de ser ela mesma, só vem a acrescentar.

Outro fato que me chamou atenção é que a Xuxa se sente mais à vontade quando está de frente para seu convidado, só os dois e a plateia, no tete a tete. Exemplo disso é o sucesso que um vídeo de uma entrevista sua com a Angélica faz na internet.

Também quero destacar a importância da memória afetiva para o sucesso. Não é à toa que o Gugu sempre inicia e encerra seu programa com músicas de sucesso com o “Pintinho Amarelinho”, ou o Silvio Santos que abre sempre seu programa com a sua “Silvio Santos vem Aí”.

A trilha sonora nos remete aos bons momentos que nos alegramos com aquelas figuras icônicas e ajudam a criar o ambiente necessário para que o telespectador se divirta na frente da TV. Portanto, seria interessante se a Record explorasse os sucessos da Xuxa em seu programa, pelo menos na abertura e encerramento, como “Ilariê”, “Lua de Cristal” e “Festa do Estica e Puxa”.

Concluindo, é fato notório o talento e o carisma da nossa querida Xuxa, a eterna rainha dos baixinhos. No entanto, é preciso MUITOS ajustes no seu programa. Entrevistas mais pessoais, face a face, roteiros melhor elaborados, maior dinamicidade e o uso da memória afetiva do seu público de “altinhos” são elementos que podem ajudar e muito a loira a emplacar sua atração.

Autor: Vinícius Carvalho

As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site TV Foco.

Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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