OPINIÃO | Demais emissoras deveriam fugir de circo ocorrido no Debate da Band
10/08/2018 às 13h01
O primeiro debate dos presidenciáveis nas Eleições 2018 iniciou-se no fim da noite dessa quinta-feira (09) e finalizou-se na madrugada desta sexta-feira (10), na Bandeirantes. Apesar de sua duração de 3 horas e de seu recorde de visualizações ao vivo no YouTube, o debate foi marcado por uma espécie de circo, em virtude do comportamento de alguns candidatos, os quais possuem participação garantida pela legislação. No entanto, as demais emissoras que ainda promoverão os debates devem evitar algo pior.
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Participou do debate, mediado por um bem humorado Ricardo Boechat, um total de oito candidatos: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).
Nesse contexto, apesar da grande duração do debate, destaca-se que a quantidade de candidatos e o conteúdo apresentado por determinados postulantes não favoreceram a troca de ideias e o aprofundamento de pautas importantes ao desenvolvimento do país, as quais ficaram em termos mais genéricos e superficiais.
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De longe, ressalta-se o nome do candidato Cabo Daciolo, o qual protagonizou momentos extremamente caricatos, ufanistas e questionáveis do ponto de vista da qualidade de um debate em nível de Presidência da República. Não à toa, foi um dos destaques dos internautas no Twitter – rede social também conhecida por seu teor humorístico. Com muito merecimento, o candidato Daciolo recebeu os seguintes dizeres de Ciro Gomes no debate: “A democracia é uma delícia, mas tem seus custos”.
É democracia quando se dá atenção a todos os envolvidos. De acordo com o Artigo 46 da Lei N° 13.488/2017, “é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de, no mínimo, cinco parlamentares, e facultada a dos demais”.
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Nesse sentido, há obrigatoriedade legal e, assim, as emissoras não são totalmente autônomas para atuarem na seleção dos candidatos, o que infelizmente não impede que o viés pitoresco seja promovido, mas garante democracia e certa imparcialidade dos veículos televisivos.
Torna-se necessário, com vistas ao bom andamento desse momento democrático tão importante, que as emissoras cumpram a obrigatoriedade legal, mas que evitem aumentar o quantitativo de participantes, uma vez que o exagero impede a efetiva qualidade de um debate presidencial.
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Não se pode permitir que um momento tão importante como esse seja palco de situações cômicas que ofuscam o necessário confronto de ideias e propostas.
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As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco
Autor(a):
Danyllo Junior
Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])