OPINIÃO | Grande acerto da Globo, Sob Pressão não fica devendo a nenhuma série estrangeira
19/12/2018 às 9h26
Precisamos falar sobre Sob Pressão. A série teve o último episódio de sua segunda temporada exibido ontem (18), mas merece aplausos desde a sua primeira temporada. Trata-se de um dos maiores acertos da Globo dos últimos tempos, em termos de produtos do gênero, e não fica devendo de forma alguma a nenhuma série estrangeira.
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Sob Pressão é fruto do longa-metragem homônimo, o qual teve sua exibição nos cinemas brasileiros em 2016, com direção de Andrucha Waddington. Atualmente, a Globo produz o seriado em parceria com a Conspiração Filmes, tendo o roteiro de Jorge Furtado e a direção artística do próprio Andrucha. A primeira temporada foi exibida no ano passado e conquistou absolutamente a crítica especializada e o público.
O drama médico conseguiu criar bons personagens protagonistas, médicos que possuem vidas atormentadas pelo passado, bem como consegue mostrar a cada episódio duas a três boas histórias de pacientes do hospital, essas com início, meio e fim e bons ganchos. Desse modo, assemelha-se muito a dramas médicos de sucesso como Grey’s Anatomy e The Good Doctor, nos quais seus protagonistas enfrentam vidas difíceis e há sempre boas histórias contadas a partir de situações dos pacientes que chegam aos respectivos serviços.
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Entretanto, torna-se muito importante ressaltar a brasilidade de Sob Pressão. Diferentemente da maioria das séries médicas estrangeiras, inclusive as supracitadas, a série brasileira evidencia os dramas e dilemas da equipe de profissionais de um hospital público, no caso pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Sabe-se que o SUS é um dos maiores sistemas universais de saúde pública do mundo e é referência internacionalmente – as informações oficiais e a literatura da saúde confirmam isso. Os grandes gargalos estão no subfinanciamento crônico do sistema e na dificuldade de qualificar e aprimorar a gestão de seus órgãos e estabelecimentos. Isto faz com que os serviços públicos de saúde brasileiros enfrentem muitas dificuldades.
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Primorosamente, a série trabalha justamente nessa perspectiva; e vai além, como fez nessa temporada. Além do cotidiano de trabalho difícil dos médicos do Hospital Macedão (RJ), onde tudo falta, a segunda temporada focou na corrupção que acomete o sistema público e que obstaculiza ainda mais o avanço qualitativo do serviço público de saúde. Para tanto, entrou na série Fernanda Torres, que vive a Dra. Renata Gomes.
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Por sinal, é muito válido parabenizar os envolvidos com a série. O ótimo roteiro de Jorge Furtado e seus colaboradores. A direção caprichosa de Andrucha Waddington, que abrilhante os olhos do público com ângulos e imagens incríveis. E especialmente o excelente trabalho dos atores, como Júlio Andrade (Dr. Evandro), Marjorie Estiano (Dra. Carolina), Stepan Nercessian (Dr. Samuel), Fernanda Torres (Dra. Renata), Bruno Garcia (Dr. Décio), Pablo Sanábio (Dr. Charles) e Heloísa Jorge (Enfª Jaqueline).
Como brinde a cada final de episódio, a série utiliza algo que já virou quase uma marca de muitas produções globais. Há sempre uma informação ou dado importante principalmente relacionado a uma doença ou evento que foi temática do episódio, com destaque para números oficias de ajuda e aconselhamento de prevenção. Uma baita iniciativa prestada pela emissora carioca para a sociedade, haja vista sua visibilidade.
Que venha a terceira temporada!
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* Danyllo Junior escreve sobre o mundo da televisão há 10 anos
As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco
Autor(a):
Danyllo Junior
Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])