Em véspera de estreia de uma nova novela da Globo, em especial da faixa das 21h, várias polêmicas ganham forças, apoiadas, geralmente, por grupos específicos de nossa sociedade. Com Segundo Sol, nova das 21h, não foi diferente. Entretanto, engana-se quem pensa que a polêmica envolvendo o número de negros e os erros dos capítulos iniciais foram os maiores destaques do início da trama de João Emanuel Carneiro.
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A substituta de O Outro Lado do Paraíso tem feito bonito na tela da emissora carioca e os principais destaques, na opinião desta coluna, são as ótimas atuações e o texto de qualidade.
Por ter o maior e melhor casting de atores do Brasil, não chega a surpreender os destaques nas atuações, tendo em vista que invariavelmente muitos nomes tendem a mostrar seu talento nas novelas da emissora. Porém, há que se destacar a constância e a quantidade acima da média de boas atuações em Segundo Sol.
Não só os atores veteranos, como Giovanna Antonelli (Luzia), Adriana Esteves (Laureta), Deborah Secco (Karola), Vladimir Brichta (Remy), Fabíula Nascimento (Cacau), José de Abreu (Nonô), entre outros, estão se destacando, como também os atores mais jovens no ramo teledramatúrgico. Impossível não ressaltar o excelente trabalho de Letícia Colin (Rosa), Luisa Arraes (Manuela), Danilo Mesquita (Valentim), Giovanna Lancelotti (Rochelle) e Chay Suede (Ícaro). Por sinal, Chay Suede tem crescido muito em seus últimos trabalhos, assim como as brilhantes Letícia Colin e Luisa Arraes. Esta tem sido até criticada pelos que não conseguem diferenciar a atriz da personagem.
Bem diferente do texto apresentado por O Outro Lado do Paraíso, João Emanuel Carneiro tem presenteado o público com uma história bem contada, amarrada e cheia de sutilezas em um texto que dignifica o folhetim. Aliado a inconfundível direção artística de Dennis Carvalho e direção geral de Maria de Médicis, o texto de JEC foge do didatismo quando preciso e não envereda pelo simplório. O autor conseguiu não ser tão rebuscado e enigmático como em A Regra do Jogo, mas também não caiu no mau gosto do tom de sua antecessora. Desse modo, o acerto favoreceu a nova trama global.
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Ante o exposto, torna-se claro que as polêmicas envolvendo o número de negros e as falhas identificadas nos primeiros capítulos da novela chegaram a ser repercutidas (incluindo-se também o fato de os filhos não reconhecerem mãe ou pai, etc.), porém, não conseguiram ofuscar a qualidade geral que a nova trama tem mostrado em tela, com correspondência dos bons e regulares índices de audiência.
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Nesse sentido, Segundo Sol pode não chegar a ser mais um fenômeno como Avenida Brasil, do mesmo autor, mas tem tudo para continuar trilhando o sucesso das novelas recentes do horário, com um provável diferencial para sua qualidade superior.