Em 2012, com Carrossel, o SBT inaugurou uma nova era em sua dramaturgia. Desde então, a emissora de Silvio Santos tem apostado e se especializado na produção e exibição de novelas infanto-juvenis. As Aventuras de Poliana, escrita por Íris Abravanel, é a mais recente aposta da emissora nesse ramo e tem conquistado índices de audiência altamente satisfatórios (confira aqui e aqui). No entanto, o SBT pode chorar daqui a algum tempo.
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Apesar de ter um bom retorno financeiro e de audiência com suas novelas infanto-juvenis, o SBT peca feio ao preferir prolongar em demasia tais atrações. Nesse sentido, ao invés de lograr maiores êxitos, a emissora acaba sofrendo consequências.
Bem diferente da média de capítulos das novelas de emissoras como Globo e Record, que costumam oscilar entre 150 a 250 capítulos, todas as infanto-juvenis do SBT produzidas desde Carrossel possuem mais de 300 capítulos, numa faixa de 310 a 545. Se tais números já poderiam ser considerados exorbitantes, a emissora tem tudo para bater seus próprios recordes de duração com As Aventuras de Poliana.
Ao que parece, a alta cúpula do SBT tem pensado seriamente na possibilidade de Poliana permanecer no ar por mais de 400/500 capítulos, podendo chegar, segundo informações, a casa dos 700 capítulos de duração. Este é o grande problema da emissora da Anhanguera. Bem mais do que amadorismo, tal fato demonstra ausência de inteligência dos executivos, produtores, diretores e demais envolvidos na produção dos folhetins.
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Ora, As Aventuras de Poliana está chegando a picos de 18 pontos, algo que atinge e supera as expectativas da emissora. Todavia, se agora chega até a acender sinais menores na Globo, futuramente tenderá a voltar a sofrer com a concorrência da Record, como já foi visualizado em vários momentos com as novelas infanto-juvenis do canal.
Ademais, dizer que o número máximo de capítulos vai depender da vontade e da resposta do público é confirmar a falta de planejamento e ausência de inteligência. Todos sabem que um produto televisivo como a novela deve ter um planejamento concreto, no qual sua duração esteja minimamente estabelecida, uma vez que inexiste uma história capaz de permanecer atrativa ao público durante tanto tempo, levando-se em consideração a concepção de uma novela sem temporadas, como é o caso.
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Nessa conjuntura, ressalta-se que seria bem mais coerente e inteligente por parte dos envolvidos o estabelecimento de uma quantidade razoável de capítulos, nos quais a história pudesse ter seu início, meio e fim, de forma que não precisasse encher linguiça e, com isso, perder qualidade e público. Dessa maneira, a emissora se planejaria para encerrar uma história e dar espaço para outra, sem que isso significasse necessariamente maiores investimentos, uma vez que um ciclo se encerraria para iniciar outro.
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O resultado provável disso seria a continuidade do fôlego de uma história no tempo adequado e sem exageros. Consequentemente, a audiência teria bem menos chances de se dispersar, como ocorre atualmente com essa “política” do SBT. Ou seja, as histórias teriam seu espaço correto e o público seria beneficiado com atrações de maior qualidade. E o SBT? Manteria seu faturamento e audiência em alta e deixaria de lado decisões infundadas.