Eterno intérprete do Tio Barnabé, do Sítio do Picapau Amarelo, da Globo, o ator João Acaiabe está também no ar em Chiquititas, do SBT, além de Segundo Sol, na Globo.
Ele, que está na TV desde a primeira versão da novela A Viagem, de 1975, vive na trama do canal carioca um pai de santo, Pai Didico. E em entrevista contou mais sobre o papel.
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“É importante essa discussão porque se você não tolera outras religiões, como vai chegar a algum lugar? Tem uma frase africana, em ubuntu, que diz: ‘Eu sou porque tu és, porque nós somos’. Você tem que respeitar as outras religiões para chegar a algum lugar. Deus é um só”, afirmou o ator ao Uol.
E acrescentou: “Estou estudando bastante. Não sou dessa religião, mas estou estudando para fazer com a maior dignidade, porque tem a ver com meus ancestrais. Durante muito tempo o culto aos orixás foi escondido, houve perseguição da polícia, mas agora, aparecem [perseguições] de outra maneira”, disse Acaiabe.
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Já Roberta Rodrigues, que vive a herdeira do terreiro de Umbanda na história, contou: “Tem uma herança na família, mas eu nunca me aprofundei. Marginalizam tanto o Candomblé que algumas pessoas [que são da religião] têm vergonha de falar. O Candomblé é incrível, todas as religiões que levam a Deus são”, afirmou Roberta.
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Sua personagem Doralice vai “apelar” para a religião por conta do ciúme doentio do marido Ionan (Amando Babaioff), mas a questão, segundo a atriz, será abordada de forma delicada. “Vamos tratar com respeito e cuidado”, explicou ela.
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E acrescentou: “Fico muito feliz porque o que a gente sabe fazer de melhor no Brasil é novela. Em qualquer lugar do mundo ninguém consegue fazer novela assim. É como o Carnaval, aquela loucura e de repente dá certo. Temos de mostrar um lado [da história] em que as pessoas só querem julgar sem conhecer. Por isso temos que fazer com seriedade e saber do que estamos falando. No Brasil a TV é como uma religião, o que você passa se torna verdade”.
E Acaiabe concluiu, com seus mais de 40 anos de TV: “A novela invade a casa das pessoas no horário de jantar. Tudo o que você puder conversar, discutir, pode levar a alguma coisa. O que não deve nunca é ter tabu. Minha esperança é que as pessoas entendam e possam respeitar. Você pode não concordar com outra religião, mas respeite a liberdade de cada um”.