Relembre as vezes em que o Pânico invadiu A Fazenda, em 2009 e 2013, e levou informações externas aos participantes
Com interferência de fã-clubes e eliminações de participantes considerados “peças-chaves” dentro do jogo, a atual temporada de A Fazenda tornou-se bastante previsível, ao ponto de muitos espectadores já desistirem do reality e apontar essa edição como uma das piores.
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Porém um fato curioso que ocorreu de forma externa tornou o programa um pouco mais interessante nesses últimos dias. Um grupo fãs decidiu fazer uma vaquinha para enviar um carro de som até as proximidades do reality e levar mensagens sobre o jogo aos peões, que puderam ouvir algumas delas e acabaram mudando sua postura dentro do confinamento.
Mesmo a Record tendo reforçado a segurança em torno da sede do programa, que fica na zona rural de Itapecerica da Serra, interior de São Paulo, o fato voltou a se repetir, com outro grupo de fãs enviando um carro de som com mensagens para os seus participantes favoritos.
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Apesar de inusitado, esse fato não é inédito. Em 2009 e 2013, o Pânico “fez escola” e teve a audácia de “invadir” o confinamento e levar informações externas aos peões.
PRIMEIRA INVASÃO
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O Pânico sempre foi conhecido por seu estilo irreverente na televisão, e no auge do sucesso, na RedeTV!, causava pavor na concorrência, tanto pela grande audiência que registrava, como pelas “pegadinhas” imprevisíveis que aprontava contra os próprios rivais.
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Logo na primeira temporada de A Fazenda, em 2009, o humorístico decidiu aprontar tentando invadir o reality da Record. Daniel Zukerman, que comandava o quadro “O Impostor”, sucesso dentro do programa, por fazer o repórter se infiltrar em grandes shows e eventos, tinha agora a missão de entrar em A Fazenda e levar informações externas aos famosos que estavam confinados.
Primeiro, uma equipe do programa tentou entrar na sede do reality, quando ainda ficava na cidade de Itu (SP), por terra, mas acabou sendo descoberta e barrada por policiais e uma equipe de seguranças da Record, que reconheceu Zukerman.
O Pânico não desistiu fácil da “missão”, e teve a ideia de completar a tarefa pelo alto. Com auxílio de asas deltas motorizadas, que levantaram vôo em uma cidade próxima a Itu, Zukerman, junto com outros membros do humorístico, conseguiram sobrevoar a sede e levar informações externas e desconhecidas pelos participantes, como a morte do rei do pop Michael Jackson e as icônicas mudanças de Gugu Liberato para a Record e de Eliana para o SBT.
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O Pânico fez muito mistério e investiu pesado nas chamadas para exibição da matéria durante o próprio programa. E quando finalmente chegou o momento tão aguardado de exibir as imagens aéreas da sede, a tela ficou preta e o público ouviu apenas a voz eufórica de Zukerman diante da realização da missão.
A matéria foi então interrompida, e de volta ao palco, Emilio Surita explicou que o humorístico estava impedido de exibir as imagens da sede. A Record proibiu a exibição do material através de uma liminar judicial, que foi mostrada pelo próprio apresentador.
“Como o Pânico sempre obedeceu às determinações da Justiça, não vamos mostrar [as imagens]”, declarou Surita, que afirmou também ter sido pego de surpresa com essa proibição.
O programa encontrou uma solução bem humorada para esse problema, e retomou a exibição da matéria, mas ao invés de exibir as imagens reais de A Fazenda, fez uma montagem divertida com vídeos de outros lugares.
SEGUNDA INVASÃO
Porém, engana-se quem pensa que o Pânico se deu por satisfeito. Em 2013, um ano após se transferir para a Band, em queda e já trilhando o caminho para sua extinção — que ocorreu no final de 2017, o humorístico voltou a planejar uma invasão ao reality da concorrência.
Dessa vez, o programa estava ainda mais focado no êxito da “missão”, e usou uma estratégia diferente: a produção planejou algo bem mais discreto, utilizando drones para sobrevoarem a sede do programa em Itu, e além de registrar imagens aéreas, levar novas informações aos peões.
Uma dessas notícias externas, aliás, prometia interferir diretamente no jogo e afetar uma das participantes: o Pânico iria informar Scheila Carvalho sobre a polêmica traição do seu marido, o cantor Tony Salles.
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Ainda pela madrugada, uma equipe, agora liderada pelo repórter Daniel Peixoto, o Alfinete, se posicionou há alguns quilômetros da sede de A Fazenda e lançou dois drones para invadirem o local. Porém, ocorreu algo inesperado, e um dos veículos aéreos acabou caindo nas redondezas.
Apesar disso, alguns participantes ouviram as notícias enviadas pelo humorístico e chegaram a repercutir brevemente o ocorrido, mas não acreditaram muito nas informações e logo foram orientados pela direção a não comentarem mais sobre isso.
Dessa vez, a Record optou por não fazer maiores esforços para acionar a justiça e impedir que o Pânico exibisse as imagens da sede. Conhecendo bem o humorístico, emissora dos bispos avaliou que estaria dando “munição” ao concorrente se decidisse tomar essa atitude, e não se opôs à exibição da matéria.
Essa nova invasão, no entanto, não deixou de incomodar Rodrigo Carelli, diretor de A Fazenda. “É uma coisa errada, eticamente questionável. A questão não é só a invasão em si, mas tentar se apropriar de conteúdo, roubar o conteúdo de outro programa para ganhar audiência. Tentar interferir na atração de outra emissora é muito errado”, declarou o diretor em entrevista à Folha de S. Paulo, na época.
“Felizmente, não surtiu nenhum efeito. As participantes que ouviram as mensagens [Yani Filé e Andressa Urach] não repercutiram nem acreditaram. Tudo como o normal. Também não ganharam audiência. Fomos líder isolado”, completou.
O Pânico ainda encontrou meios de explorar esse fato por algum tempo, e criou uma espécie de “reality”, intitulado O Resgate do Soldado Drone, para cobrar a Record sobre o drone que caiu nas redondezas da sede e não foi devolvido pela emissora — o veículo aéreo custaria até R$ 80 mil.